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Seguros para carros antigos são feitos com cobertura parcial em Alagoas

21 de setembro de 2015

Apólice nessa modalidade não cobre roubo, apenas danos a terceiros. Valor das peças e customização dos veículos dificultam avaliação do bem.

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Carros antigos possuem grande valor sentimental e financeiro, dizem colecionadores | Foto: Waldson Costa/G1

A paixão entre o homem e automóveis antigos é algo que se caracteriza como uma relação desafiadora, que exige um maior grau de investimentos afetivos, financeiros e de dedicação para que este relacionamento não se torne algo conturbado que resulte no desapego.

Assim, se para amar o passado parece ser uma tarefa fácil, conservar um bem antigo com certeza não é. A prova disso é a preocupação com a segurança que muitos proprietários de carros antigos têm em andar com os veículos. Primeiro por questões sentimentais, depois, por fatores de investimentos e de risco em circular pelo trânsito cada vez mais confuso das cidades.

Maior obstáculos para carros antigos é a carência de peças, diz Ailton Júnior | Foto: Pedro Mesquita/G1

Maior obstáculos para carros antigos é a carência
de peças, diz Ailton Júnior | Foto: Pedro Mesquita/G1

Para sanar parte dessas preocupações e deixar os proprietários de veículos antigos mais tranquilos, o corretor de Seguros, Ailton da Silva Júnior, quebra o mito de que “não existe seguros para carros antigos” e mostra que é posssível fazer uma apólice para os veículos com muitos anos de fabricação e experiência de estrada.

“Em Alagoas há 10 anos foi implantada uma modalidade de seguro destinada aos carros mais antigos. Com cobertura parcial, ela aceita carros com até 25 anos de fabricação, possui franquia de R$ 500 e cobre danos parciais no valor de até R$ 3 mil. De fora da apólice fica apenas sinistros como roubo do veículo ou incêndio”, expõe Ailton Júnior.

Segundo ele, além desta modalidade de seguro oferecida em Alagoas, há outra que está presente apenas nas regiões Sul e Sudeste.

“Nesta outra é possível o proprietário de carro antigo contratar um seguro com cobertura contra roubo e assistência 24 horas. No entanto, nesta não há cobertura para acidentes com terceiros”, completa Ailton Júnior ao recomendar que seja qual for o carro e o modelo de apólice, o proprietário do veículo deve buscar, por questões de segurança, sempre seguros com corretores habititados e credenciados.

Ailton da Silva Júnior relata que outro produto existente para os carros antigos, mas não chegou em Alagoas, entretanto é bastante difundido nas regiões Sul e Sudeste do país. “Nesta opção, o segurado pode ter um carro com mais de 25 anos protegido contra roubo, com assistência 24 horas e sem cobertura para terceiros”, completa.

Assumindo o risco

Sebastião Grangeiro Filho não possui seguro em seus carros antigos | Foto: Pedro Mesquita/G1

Sebastião Grangeiro Filho não possui seguro em seus carros antigos | Foto: Pedro Mesquita/G1

Sebastião Grangeiro Filho é proprietário de três veículos antigos: dois Fuscas, um ano 1994 e 1995, e um Gol fabricado em 1993. Ele é um dos integrantes do Clube do Fusca de Alagoas e diz que o grupo já tentou fechar seguros, mas desistiu exatamente devido a limitação das coberturas.

“A violência no estado nos deixa bem preocupados na hora de sair com o carro. Como o seguro não fornecia essa proteção no caso de perdermos o carro, não houve interesse no negócio. De qualquer forma, decidi não adquirir o seguro para os meus carros. Assim, acabo saindo menos com eles”, conta Grangeiro.
Assim, para garantir a segurança dos veículos que não estão cobertos por apólices, Sebastião Grangeiro Filho diz que toma algumas medidas para evitar surpresas. “Primeiro presto muita atenção ao sair e tento sempre deixa o veículo ao alcance dos olhos. Sei que não é a melhor saída. Além disso, implantei equipamentos nos carros que podem dificultar o roubo, a exemplo de alarmes, bloqueador de corrente, que impede a passagem de energia, e o antifurto, uma ferramenta que bloqueia o volante”, revela.

Impedimentos

Um dos motivos alegados pelas seguradoras para não aceitar os carros antigos é o alto custo da manutenção e das peças, que dificilmente são fabricadas atualmente.

Outra situação relevante é que não é possível avaliar o valor do carro, pois muito são modificados e não possuem as características originais, impedindo as consultas a tabela da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), que expressa os preços médios dos veículos no mercado nacional.

“O maior problema é a peça. Tenho até uma história com isso, há seis meses um cliente colidiu em uma L200 ano 2001, na traseira. A fechadura da mala, que já não era mais produzida, tinha o mesmo preço de uma L200 nova. Se tivesse tido uma colisão maior, a possibilidade de perda total era mais alta porque não há peça do veículo no mercado”, conta o corretor Ailton da Silva Júnior.

As variáveis para se elaborar um preço de seguro para os carros antigos não muda. O perfil do condutor é levado em consideração, assim como, características como se o proprietário é casado e se mora em condomínio fechado, se possui garagem entre outras questões que alteram no valor da apólice.

Simulação

A reportagem do G1 fez uma simulação de quanto custaria o seguro e quais as coberturas garantidas para um veículo antigo em Alagoas. Para um modelo Fusca, ano 1990, com um condutor de até 25 anos, o valor da apólice sai por R$ 906,19. Cobre danos de até R$ 3 mil no veículo, assistência 24 horas e danos materiais e corporais a terceiros.

Fonte: Pedro Mesquita e Waldson Costa /G1 Alagoas