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O Uber de caminhões chega ao Rio Grande do Sul

25 de setembro de 2016

caminhãoEm operação no Brasil desde o começo do ano, a CargoX abrirá escritório em Porto Alegre nos próximos meses. A transportadora sem frota fixa conecta caminhoneiros autônomos e empresas que precisam transportar grandes mercadorias no país – de modo parecido ao Uber no serviço prestado a passageiros.

A semelhança com a companhia americana não é mera coincidência. Um dos fundadores é o mexicano Oscar Salazar, criador do Uber – que se tornou uma das maiores empresas do mundo em menos de seis anos.

Além de Salazar e de outros três investidores, um do ramo de transportes em São Paulo e outros dois do mercado americano de logística, o “Uber de Caminhões” tem participação de fundos como Valor Capital Group e Lumia Capital. Presidente e fundador da CargoX, o argentino Federico Vega não revela o volume de recursos injetado no negócio nos últimos anos. Adianta, porém, que a transportadora planeja faturar R$ 100 milhões até o final de 2017.

O agronegócio será o principal cliente

– Acreditamos em um crescimento rápido, de 70% ao mês – revela Vega, 35 anos, que por anos trabalhou em um banco de investimentos em Londres.

A confiança no negócio vem do mercado gigantesco de fretes no Brasil, um dos maiores do mundo, e no momento de crise econômica vivida pelo país.

– As empresas precisam reduzir despesas, e sabemos que a logística tem um custo altíssimo no Brasil – afirma o empresário.

A empresa promete oferecer transporte de cargas com preço até 30% inferior ao valor de mercado. A economia é possível, segundo Vega, com o aproveitamento da frota ociosa de caminhões, estimada em 40% pela empresa. Com um aplicativo que conecta em tempo real uma base cadastrada de 100 mil caminhoneiros autônomos no país, além de indústrias de diversos setores, a CargoX consegue fazer cruzamento das rotas de demanda por frete e caminhões disponíveis – evitando que carrocerias fiquem vazias.

Mais de 20 mil cadastros no RS

Assim como o Uber, a CargoX está fazendo triagem dos motoristas cadastrados e checagem de informações, além de responsabilizar-se pelas cargas transportadas. No Rio Grande do Sul, segundo Vega, 20 mil caminhoneiros autônomos já estão cadastrados no sistema da companhia.

Sobre eventuais conflitos com empresas de transporte, o empresário esclarece que a CargoX é uma transportadora formalizada, que paga impostos, e que os caminhões registrados no aplicativo deverão estar regulares na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

Presidente da Federação dos Caminhoneiros Autônomos do Rio Grande do Sul (Fecam), André Costa afirma que a entidade ainda não foi procurada pela CargoX e que eles desconhecem a atuação da empresa no Estado. No começo do mês, o assunto foi tratado em reunião na Confederação Nacional do Transporte (CNT), em Brasília. Costa afirma que outras empresas já criaram aplicativos semelhantes no país.

– Mas agora, dependendo da capacidade de investimento e marketing do negócio, talvez funcione de forma mais eficiente.

Certamente é um mercado ainda inexplorado – avalia.

Fonte: Jornalista Joana Colussi, de Zero Hora