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O seguro agrícola e a necessidade práticas de sustentabilidade

12 de julho de 2018

O seguro agrícola e a necessidade de incluir práticas de sustentabilidade no mercado de seguros

Por Claudia Sousa

A gestão de riscos vem desempenhando um papel de suma importância nas decisões relativas ao investimento e financiamento de empresas de agricultores nos países em desenvolvimento e nas economias em transição. Vislumbra-se, que as medidas fundamentais de gestão de risco na agricultura incluem a escolha de variedades de plantas e raças de animais, práticas agrícolas e pecuárias, diversificação agrícola bem como medidas preventivas contra eventos climáticos, e, sem dúvida o mais importante de tudo, a garantia de acesso à irrigação suplementar.

Nesse trilhar, ocorre, que na prática, o seguro agrícola acaba por ser uma junção de um conjunto de ações, ou seja, são práticas adequadas que integram a gestão agrícola com o objetivo de desenvolver e administrar um programa de seguro para complementar outras medidas de risco que dependem da relação custo-benefício, para o agricultor e para potenciais fornecedores de seguros. Nesse sentido, o seguro agrícola pode ser percebido como uma das ferramentas de gerenciamento de risco das mais atuais, no entanto, desempenha um papel ainda limitado na gestão de riscos relacionados à agricultura, ou seja, sua aplicabilidade ainda é bem tímida.

Desta forma, o seguro agrícola é, um setor de atividade em crescimento, guiado por uma crescente comercialização da agricultura, comércio internacional, investimento direto estrangeiro, e pelo desenvolvimento de programas de seguros.

A mudança do cenário econômico também desencadeou um interesse pelo governo para programas de seguro agrícola. Nessa perspectiva, desastres naturais são implacáveis com o homem, causa perdas aos agricultores, produtores e a todos aqueles que vivem da terra e o seguro pode gerenciar essas perdas. O seguro agrícola é um poderoso mecanismo financeiro adequado para a cobertura de sinistros meteorológicos e outros eventos semelhantes que estão além do controle do homem.

A nosso ver, é essencial perceber que no seguro, não se elimina o risco, mas traz uma segurança, um equilíbrio para àqueles que o contratam, ou seja, vemos que o seguro é imprescindível. Noutro giro, deve haver a distribuição desses riscos, que podem ocorrem: através da indústria ou da economia, no caso do resseguro, ou mesmo, pelo tempo, ou seja, o seguro é uma atividade comercial e a indenização de um seguro torna-se pagável somente após sua reivindicação, o prêmio deve ser pago no momento da perda.

Nessa linha de intelecção, quase todos os programas de seguro preveem ou funcionam dessas duas formas. É importante notar que o seguro não aumenta diretamente a renda dos agricultores, no entanto, ajuda a gerenciar os riscos associados a essa receita, pois assegura a quem o contrata um valor referente à suas perdas encontrando um equilíbrio. Ressalta-se, que a maioria das políticas prevê o compartilhamento de riscos por meio de uma franquia, esta porcentagem é de inteira responsabilidade do segurado. Além dos custos das indenizações devidas nos termos dos prêmios devem cobrir vários outros tipos de custos.

De certo que, em qualquer tipo de transação comercial ambas as partes pretendem obter lucro. A mesma coisa ocorre para transações de seguro de safra. Então, podemos definir um primeiro ponto: I) que as operações no seguro agrícola têm como um de seus objetos a compra e venda em um mercado e os compradores devem estar convencidos de que os prêmios e lucros esperados valem a pena; que os vendedores devem ver as perspectivas de uma conclusão atuarial positiva, no tempo e um lucro.

Destarte, que o seguro de colheitas não é a solução universal para os riscos e incertezas, que são parte integrante da agricultura. É, antes, a maneira de minimizar parte das reclamações causadas pelos riscos. Então o segundo ponto que podemos levantar é que: II) o seguro desempenha um papel limitado na gestão de riscos na agricultura. O terceiro ponto é que: III) quaisquer restrições sobre a eficácia e o campo da aplicação do seguro agrícola podem mudar com o passar do tempo. Empresas e sistemas agrícolas são dinâmicos, à medida que o tempo muda, eles apresentam padrões de riscos diferentes e novas abordagens que permitem a tecnologia agrícola e técnicas de manejo agrícola direcionar a produção e outros riscos.

Assim, como empresas de soluções de seguros que atuam em atividades de pesquisas e desenvolvimentos são igualmente dinâmicos, utilizando-se de novas técnicas para averiguação de riscos associados a sinistros com métodos mais eficientes somados a avaliação de perdas, abrem as portas para o desenvolvimento de um novo seguro. Quando as empresas veem isso como uma perspectiva de negócios, a demanda é evidente, os programas são finalizados, financiados e comercializados.

Neste contexto, antes de considerar o futuro, é importante ter uma ideia geral de negócio de seguro agrícola comercial na contemporaneidade. O aumento da demanda por programas de seguro agrícola e o crescimento do ramo, segue com mudanças para o setor agrícola. As poderosas influências que contribuem para isso são testemunhos que confirmam a ligação entre as alterações climáticas e a aceleração da frequência dos acontecimentos e condições meteorológicas extremamente prejudiciais às culturas.

A agricultura está cada vez mais sendo comercializada e o nível de investimentos financeiros cresce na mesma proporção. Agricultores, investidores, instituições financeiras frequentemente estudam a viabilidade de usar um mecanismo financeiro, para se proteger contra alguns dos riscos que venha ameaçar o seu investimento. Desta forma, nascem os contratos agrícolas, nos termos dos quais o seguro é um dos serviços prestados aos agricultores, em suma, há uma tendência de formalizar o gerenciamento de risco na agricultura, e, o seguro é o mecanismo óbvio capaz de cumprir este papel.

Insta salientar, que o dinamismo no setor agrícola reflete-se no progresso e na concepção de novos programas de seguros. Durante a última década, muitas preocupações sugiram onde a agricultura ocupa um lugar importante na economia, por exemplo: a introdução acidental de pragas e doenças, e o seguro pode ajudar a lidar com os riscos associados a falhas de medidas preventivas.

O seguro também protege contra os riscos de nível das explorações resultantes de alterações no manejo de pragas. Essas mudanças são cada vez mais necessárias para lidar com questões de proteção ambiental, segurança e saúde
sanitária. Apesar de sua aparência diversificada, essas influências têm um fator importante, ou seja, o contrato de seguro envolve não apenas o agricultor e a seguradora, mas também a terceiros interessados. Essas mudanças estão sendo consideradas atualmente na agricultura como um grande avanço e a sua comercialização, impacta na crescente demanda pelo seguro agrícola e que deve aumentar no futuro.

Embora seja verdade que as perdas agrícolas representem apenas uma parte dos prejuízos os custos associados aos eventos climáticos que são prejudiciais às colheitas dobram a cada década. A comunidade científica não é unânime em atribuir o aumento do número de eventos climáticos extremos ao aquecimento global. No entanto, muitos concordam que este é o caso, pois com o aumento e a magnitude dos eventos combinado à sua frequência pode resultar em eventos catastróficos.

Esta pode ser considerada uma das causas do aumento de sinistros, a outra causa importante está relacionada aos fatores das condições socioeconômicas, como aumento da riqueza e movimentos populacionais para áreas costeiras que, embora de alguma forma mais produtivas, são mais vulneráveis a tempestades, a ondas de tempestades e inundações.

É provável que a crescente incidência de eventos climáticos causando a ruína ou danificando culturas ajudará a acelerar a demanda por cobertura contra as perdas sofridas. Ao mesmo tempo, o setor de seguros está ciente do crescente número de exposições e explora novos mecanismos financeiros para gerenciar esta exposição.

Considerando que, como atividade comercial, o seguro pertence ao setor empresarial, no seguro agrícola, inevitavelmente, há uma forte participação do governo, pois, quase todos têm um interesse próximo na gestão do risco na agricultura, tanto por razões de produtividade como de preocupação no bem-estar da população rural. Como resultado, na prática, os governos são ativos na política global e podem estar mais intimamente envolvidos de várias maneiras, isso pode ir da pesquisa sobre a viabilidade de introduzir programas de seguro nas colheitas até a participação financeira nesses mesmos programas.

Nessas áreas, a experiência tem mostrado que a influência política abusiva e inadequada em uma seguradora pode ser muito prejudicial. Por conseguinte, é importante prestar especial atenção à concepção de programas de seguro para evitar essas tensões tanto quanto possível. Então, isso permite otimizar o papel do setor público, aproveitando ao mesmo tempo o dinamismo e a eficiência do setor industrial privado.

Várias disposições devem ser tomadas, como:

a) a de definir claramente o objetivo do governo de promover seguro agrícola, é apenas um mecanismo de gerenciamento adicional de risco? Ou é também uma maneira de subsidiar o setor agrícola? Se o objetivo é identificado como a segunda proposta, a fonte do apoio financeiro deve dissociar de qualquer interferência política atual, e, isso não é fácil, mas essencial, se o objetivo é criar continuidade de condições financeiras necessárias para o estabelecimento de eficiência e equidade no sistema.

b) estabelecer fortes laços desde o início com os resseguradores internacionais. Estas empresas não só podem ajudar com conselhos técnicos, mas também podem desempenhar um papel importante para garantir que os procedimentos, regras corretas relativas ao estabelecimento de prêmios e à liquidação de licenças sejam respeitados. Embora as oportunidades de lucro estejam relativamente longe, essas empresas geralmente estão prontas para expandir seu campo ação. Eles operam de acordo com objetivos de longo prazo e isso vem muito a favor de uma pequena seguradora e com o início de safra, seja uma nova empresa ou seção em uma empresa já estabelecida.

A base financeira da seguradora deve ser sólida, suficiente para sobreviver nos primeiros anos em que as condições, como o “tempo”, onde os lucros de subscrição serão radicalmente negativos. Além dessa perda, os custos administrativos devem ser cobertos. Em muitos países em desenvolvimento, a participação do setor público pode ser a garantia de uma base financeira sólida.

Pelo exposto, o seguro sustentável reduz o risco de todos, cria mercados e novas oportunidades, promove uma perspectiva de longo prazo e é parte integrante da responsabilidade corporativa. No entanto, em uma área tão grande, onde é crucial que as partes interessadas do setor cooperem uma com as outras.