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No 17º Conec, Dado Schneider faz alerta para que corretores de seguros aceitem a mudança

08 de outubro de 2016

Palestrante mostra o conflito entre as gerações e dá dicas para que profissionais acompanhem os novos tempos

2016_10_07-2-conec-exposeg-32A palestra “Aprender e Empreender” conduzida por Dado Schneider foi um dos destaques do 17º Conec. Ele fez uma reflexão sobre as transformações pelas quais o mundo passa e os caminhos para acompanhar tudo isso. “O mundo mudou bem na minha vez”, afirmou, parodiando que quando era jovem tinha que ter respeito aos jovens e que quando ficou velho tem que respeitar aos mais jovens. “Somos adultos inéditos”, cravou. “Vivemos uma era de mudanças e a mudança é a nossa era”, sentenciou.

Dado iniciou lembrando as diferenças cronológicas entre as gerações e que os jovens de hoje fazem parte da primeira geração que ensina aos mais velhos. “Nós somos imigrantes digitais, eles já são nativos digitais”. “Eles eram chatos porque viviam menos. Hoje qualquer tio passa de 70 anos e não pode ser mais aquele chato para não correr o risco de ficar isolado”. Contou sua história de vida e as constantes mudanças que fez na carreira, morando em vários estados e até mesmo fora do país. “O problema não é ser velho, é ser ultrapassado”, chamou atenção.

Ele lembrou que as empresas eram gigantescas, com hierarquia e que a ascensão demorava muito. Hoje esse tipo de empresa não existe mais e que diretores comandam empresas horizontalizadas, onde qualquer pessoa pode opinar. “Eu não tenho barriga na cabeça, o meu cérebro é de tanquinho”, disse, criticando os mais velhos que tentam ser jovens mudando o visual e esquecendo que a experiência é o melhor diferencial.

SONHOS QUE NÃO VOLTAM

“Eu queria ter 20 anos agora, mas é impossível voltar no tempo. Então vou fazer questão de ter os melhores 55 anos possíveis”, fez um paralelo comparando com sua juventude. “Antes a gente saia de patota e ia pra boate. Hoje eles vão pra balada. Não existe sequer o lugar físico”. “Quando toca Bee Gees e alguém da minha faixa etária e diz ‘música do meu tempo’, eu digo é ‘música do nosso passado’. As músicas do meu tempo são Victor e Léo, Ludmila e Mc Leozinho porque se não você fica fora do assunto”, contou fazendo uma comparação com as expressões “G6, Z4, Velho Chico e Book Rosa”.

“Mudar hoje é entender o que está acontecendo. Não precisa gostar, mas é preciso aceitar. Os velhos do passado não precisavam mudar. Por isso somos adultos diferentes”, afirmou, explicando que os jovens estão em peso no Snapchat, porque eles não têm paciência para ficar no Facebook. “Os jovens de hoje não esboçam a menor possibilidade de sair da casa dos pais”, contou lembrando uma conversa que teve com um amigo que tem um filho com mais de 30 anos morando em casa. “Na idade dele eu já tinha dois filhos e sustentava uma casa”, reclamava o amigo.

“Vai casar com quem? Vai trabalhar com quem? Faz concurso para o Banco do Brasil? Eram as três principais perguntas da minha época quando eu tinha 20 anos lá em 1981”, “Naquela época você aposentava com 54 e vivia ao máximo até 65. Hoje muita gente vai viver mais de 100, como prevê a medicina. Ai eu pergunto quando é que termina a adolescência dessa nova geração?”, questionou. “Tenho dois filhos e é bem provável que os dois não me deem netos, como prova o crescimento vegetativo brasileiro”, analisou.

CRÍTICAS E DICAS AOS NOVOS TEMPOS

Dado disse que as pessoas que reclamam de toda e qualquer mudança não vão encontrar espaço no mercado de trabalho que agora está em constante alteração. “Já mudou o sistema? Já mudou a chefia? Já mudou o processo? Já mudou o cliente? Uma empresa que tem uma pessoa desse tipo não vai para frente. Livrem-se dessa mala, pois ela vai impedir o crescimento dos resultados, pois faz o possível para não entender a dinâmica do mundo”, analisou. “Estudo o processo de mudança há 25 anos. Quando eu não tinha mestrado nem doutorado diziam que era loucura, agora me taxam de excêntrico”, riu.

Ele fez um alerta aos corretores para que se preparem aos próximos movimentos da economia. “Nós estamos a 15 meses do início da chegada da geração Z no mercado de trabalho. Eles ainda não têm poder de venda, mas tem um incrível potencial de compra. Alguém aqui já tentou dizer não a um jovem?”, observou. “Não fiquem parados no século XX. Tratem naturalmente a chegada do século XXI, pois precisamos entender o que precisamos fazer. Os velhos sabiam que o processo seria repetido pela geração seguinte. Isso não acontece mais. A nova geração, por exemplo, não foi preparada para procurar emprego”, alertou.

Ele de uma dica aos corretores para que assistam ao filme “Os estagiários”. Que ele é uma aula barata para entender como funciona a nova geração. Para isso, fez um paralelo sobre a necessidade dos jovens em parar os processos para se divertir com o que os mais antigos faziam quando iam fumar. “Eu mesmo na minha época inventei um cigarro imaginário, eu saia da sala e ia lá fora ficar pensando. Isso me ajudava muito na hora de tomar decisões, pois quando você analisa a situação sem estar tão envolvido fica mais fácil de encontrar soluções e saídas”, destacou.

NOVAS PERSPECTIVAS

Clientes menos fiéis, concorrentes mais agressivos e muito mais difícil em se comandar uma equipe interna. “Cada vez o mercado está mais complexo. Nós precisamos entender esses novos fluxos, pois o cenário é de mais pressão e de mais estresse. Ninguém morre de excesso de trabalho, se morre é de coração apertado e quem for bom o suficiente será brindado com mais trabalho”, ironizou, dizendo que esses são os funcionários em que se dá para contar. “São os de fé”, brincou, alertando que isso só acontecerá se o jovem gostar do local em que está. “Eles não buscam a estabilidade, querem é trabalhar com o que gostam”, acrescentou.

Ele encerrou a palestra deixando um alerta. Dado lembrou a frase do ex-ministro Delfim Neto nos anos 80 ao anunciar um plano econômico que diminuía em 30% o poder de compra dos brasileiros. “Pior do que a realidade são as perspectivas”, cravou, prevendo que em 2024 o cenário será bem mais difícil para quem está no mercado de trabalho hoje, especialmente para quem não se atualizar e entender os novos tempos. “Essa nova geração já nasceu arrancando braços e estourando cérebros”, parodiou em relação aos seriados que são febres entre os jovens.

Repórter: Alexandre Lino