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Na contramão da crise: setor de seguros faz das dificuldades oportunidades

26 de agosto de 2015

Corretores afirmam que há serviços a baixo custo; mercado cresceu 26,31% em relação a 2014

banner_crescimento-1764x700O ano de 2015 vem exigindo de todos os setores econômicos diversificação e alternativas para fugir dos efeitos da crise. Está conseguindo vencer este bravo mar quem amplia seus horizontes, é criativo e acima de tudo perseverante. Mas em meio a tanta perspectiva negativa, o setor de seguros consegue muitas vezes vencer as dificuldades e fazer da crise uma oportunidade para vender.

Seguindo a tendência nacional, o ramo de atuação em Alagoas mostra bons resultados, mas exige dos profissionais uma visão de mercado para levar novos produtos aos futuros clientes que temem perdas por conta do momento econômico. Essa mudança também faz com que pessoas e empresas se preocupem mais com a saúde, a família, bens e com a aposentadoria. Essas necessidades forçaram os corretores a ampliarem seu portfólio e mostrar que mesmo com um poder aquisitivo ameaçado, aderir a um seguro continua sendo uma alternativa rentável.

A corretora de seguros de Cícero José Silva Filho, por exemplo, começou a trabalhar com novos produtos para conseguir manter-se no mercado. Por lá a regra é identificar as necessidades dos clientes e atender com seguros. Um dos investimentos está na abertura de uma clínica médica e odontológica.

“Existe um pouco de dificuldade, as empresas estão com o pé no freio, mas estamos buscando outros caminhos para ampliar nossos negócios. Mesmo com os problemas financeiros dos clientes para manter os custos com os seguros, sempre buscamos conscientizar que é importante manter o serviço. O momento é de arregaçar as mangas”, afirma.

Nas corretoras de Otávio Vieira Neto o trunfo para fazer da crise uma brecha para o crescimento tem sido apostar também na venda de seguros previdenciários e de saúde. A experiência de mais de 30 anos atuando no mercado corretor em Alagoas deu a ele uma visão mais empreendedora da área e hoje até um dos filhos trabalha com seguros.

Corretor de seguros, Otávio Vieira Neto

Corretor de seguros, Otávio Vieira Neto

“Acho que a gente tem que juntar a juventude com a experiência. Com isso estamos fazendo um novo trabalho pegando gente nova, formando um novo grupo de corretores para atingir um público maior. No tempo bom vem a comodidade, é natural, mas enxergamos que precisamos partir para outros ramos. O automóvel era o carro chefe das vendas, a procura era grande e os corretores não queriam ir para outro ramo. Hoje não, com essa queda na produção de veículos, os corretores estão enxergando que é preciso buscar outros ramos. Nós vislumbramos isso e estamos indo para previdência, seguro bucal e de saúde”, contou.

Adalmo Medeiros Júnior pode ser definido com uma pessoa segura. Além de atuar no ramo há mais de 30 anos, ele mantém seis seguros, que vão desde o veicular até seguros para a família e para o escritório. Para ele a crise não tem se mostrado positiva, o que tem exigido mais esforços em sua empresa para manter o equilíbrio. “A crise atinge todo mundo e tem seguradoras que estão operando no vermelho. Para mim não tem sido boa”, disse.

Mesmo com o mar não estando para peixe, Adalmo diz não abre mão de manter todos seus bens segurados. Para ele, os valores pagos pelos serviços compensam, evitando dores de cabeça com acidentes, perdas ou danos.

“A pessoa que tem consciência de suas conquistas como eu tenho, precisa estar segurada. Tudo que eu conquisto eu gosto de fazer seguro. Desde os meus 19 anos quando comecei a trabalhar com seguros nunca deixei de proteger meus bens. O valor não é baixo. Esse mês tenho três seguros para renovar, mas se você tiver controle e organização dá para manter. Para mim vale o custo. Tenho amigos empresários que possuem frota de caminhão e não fazem seguro, preferem perder achando que compensa, mas não é”, avalia.

Ainda cabe no bolso, garatem corretores

Para quem não é familiarizado com o mundo dos seguros ou acha que apenas automóveis e casas precisam de proteção, o leque de opções disponíveis hoje no mercado vai de A a Z. Boa parte dos corretores garante que há serviços com um investimento a baixo custo e que não pesam no bolso.

“Tenho planos empresariais para seguros de vida que custam em média R$ 3 por funcionário numa empresa com 100 pessoas. Eu ainda consigo fechar em R$ 5 por funcionário numa empresa de 50 pessoas. Muitos empresários aderem porque reduzem as despesas com eventuais acidentes com seus funcionários. Já num seguro de vida individual, vai depender da faixa etária e o capital segurado, mas um seguro de R$ 100 mil para uma pessoa de 35 anos, por exemplo, sai por R$ 20, R$ 25 reais mensais”, explica Cícero José.

Além dos seguros que envolvem saúde, Alagoas desponta com o crescimento do seguro educacional. Levando em conta que o valor mensal de investimento acaba sendo baixo, muitas escolas fazem seguro para seus alunos, que vai garantir que em caso de algum sinistro, o segurado terá garantido o pagamento de seus estudos.

Presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros de Alagoas, Edmilson Ribeiro

Presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros de Alagoas, Edmilson Ribeiro

“O seguro educacional cresce por consciência do dono da escola e pela responsabilidade civil caso ocorra algo com o aluno. É uma oportunidade muito boa, que os corretores precisam divulgar. Outra oportunidade se abriu com jovens entre 25 e 35 anos preocupados com a crise e a possibilidade de alguma incapacidade temporária. Eles também têm comprado muito seguro de vida. Diante de tantos imprevistos, o seguro acaba sendo uma oportunidade para que o mercado conheça novos produtos”, avalia o presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros de Alagoas, Edmilson Ribeiro.

Crescimento e empreendedorismo em Alagoas

Segundo o Sincor, o mercado aponta para um crescimento em 2015 de 26,31% em relação a 2014. No Brasil o crescimento está em 16.38%. “Nós estamos acima da média nacional e isso é muito importante. Apesar de em Alagoas os seguros para automóveis ainda serem os mais procurados e que impulsionam o mercado, outros tipos de seguros começam a crescer. E o corretor precisa enxergar a crise como uma oportunidade para conhecer novos produtos, colocá-los em seu portfólio e vender novos serviços”, afirmou Ribeiro.

Dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep) mostram que o lucro líquido da indústria de seguros em 2014 foi de R$ 15,6 bilhões, um avanço de 11% sobre 2013. Já o faturamento ficou em R$ 195,6 bilhões no ano passado, mostrando uma alta de 10% sobre o valor de 2013. Os resultados financeiros do setor saltam aos olhos. Se comparado com o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil de 2013, o setor movimentou R$ 110 bilhões naquele ano. Nos últimos dez anos o crescimento do setor cresceu cinco vezes mais que o PIB nacional.

arte-Vanessa Siqueira

A Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg) divulgou que a participação das atividades de seguros previdência complementar aberta e capitalização no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro ultrapassou a marca de 6%, ao chegar a 6,2% no final de junho. Em 2015 o faturamento global do mercado está em R$ 107,2 bilhões referentes ao primeiro semestre.

Se existe hoje a preocupação para manter-se distante da crise, há quem busque uma fonte de renda que se mantenha estável. O empreendedorismo continua pujante no país e também encontra, segundo especialistas, espaço no setor de seguros. De forma geral, três em cada dez brasileiros adultos possuem uma empresa ou estão envolvidos no processo de criação de uma. Os dados são da pesquisa da Global Entrepreneurship Monitor (GEM), realizada no Brasil pelo Sebrae e pelo Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP).

Com tantas cifras e uma perspectiva tão positiva, o setor de seguros desperta o interesse de muitas pessoas que buscam uma atividade que dê um retorno de renda positivo. O Sebrae em São Paulo, por exemplo, lançou no ano passado uma cartilha direcionada aos corretores de seguros que desejam se tornar empreendedores. A publicação traz aspectos do mercado e dicas e informações sobre vendas, marketing, empreendedorismo e indicadores de gestão.

Segundo o gerente da Unidade de Atendimento Empresarial do Sebrae Alagoas, Marcos Alencar, a crise abre caminho para várias oportunidades e com público que consuma os produtos oferecidos. Apesar de aqui em Alagoas o Sebrae ainda não atuar no atendimento e orientação aos corretores que buscam aprimorar seus empreendimentos, Alencar diz que pode-se afirmar que muitos segmentos que acabam atingidos de alguma forma pela crise são uma oportunidade para o setor.

“Se aumentam o número de roubos de carros, aumenta a procura pelo seguro a veículos, assim como também há pessoas que querem proteger seu patrimônio, fazer seguro de vida, de crédito e até seguro de emprego. É acertado que as seguradoras maiores vão lucrar mais e sentir menos o impacto da crise”, explicou.

Fonte: Vanessa Siqueira/ Cada Minuto