Equipes de resgate buscam sobreviventes dos destroços do avião da Lamia que transportava a equipe da Chapecoense que caiu nas montanhas de Cerro Gordo, no município de La Union, na Colômbia (Reprodução/Twitter)

O ministro de Obras Públicas da Bolívia, Milton Claros, declarou que a LaMia tinha apólice de seguro no valor de U$ 25 milhões (R$ 85 milhões na cotação atual). Nos cálculos do governo boliviano, a quantia é suficiente para indenizar familiares de todos os 77 passageiros do fatídico voo da Chapecoense, que deixou 71 mortos após cair na Colômbia.

Embora tenha levantado dúvidas de como a LaMia conseguiu arcar com uma apólice de U$ 25 milhões, já que seu patrimônio declarado não passava de U$ 17 mil (menos de R$ 58 mil), Claros garantiu que as indenizações podem ser pagas segundo as regras do Tratado de Montreal.

O documento, do qual a Bolívia é signatária, prevê indenização mínima de U$ 170 mil para cada família no caso de acidentes em voos internacionais, de acordo com a BBC. Nos cálculos de Claros, a indenização mínima por família é um pouco menor: U$ 153 mil, ou R$ 520 mil para cada vítima.

– Havia 77 passageiros, o que dá um somatório total de U$ 11 milhões (em indenizações). O requisito mínimo da apólice, que é de U$ 25 milhões, se cumpre – explicou Claros.

O ministro boliviano ressaltou que caberá ao Ministério Público investigar como a LaMia conseguiu assinar uma apólice de seguro milionária quando seu patrimônio corrente era muito menor:

– Pelo que sabemos, são exigidas garantias que chegam ao dobro do valor da apólice, ou seja, de U$ 50 milhões neste caso. Como a LaMia assegurou esta quantia? Isso cabe ao Ministério Público perguntar – declarou Claros, para quem as circunstâncias da queda do avião não deverão afetar o pagamento das indenizações:
– As indenizações do seguro devem ser pagas de qualquer forma, mesmo que seja comprovada negligência do piloto. Mas não pagarão nada à LaMia – ressaltou o ministro.
Fonte: O Globo