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Gestão do próprio dinheiro é fundamental para empoderamento feminino

05 de março de 2020

Gestão do próprio dinheiro é passo fundamental para empoderamento feminino
Consultora explica porque mulheres precisam tomar pé de suas finanças para serem realmente independentes

Por Mariana Lima – Algo Mais Consultoria e Assessoria

Hoje fala-se muito de empoderamento feminino, porém um de seus pilares fundamentais ainda é um tabu: a independência financeira da mulher. Seja porque falar de dinheiro é tema delicado no Brasil, não termos uma cultura de educação financeira ou finanças serem “um assunto muito árido para mulheres”, as desculpas são muitas e colocam uma barreira entre a mulher e as decisões sobre o seu dinheiro e o da família.

Superar este “medo” e falar claramente sobre dinheiro, fazer um raio X de seus ganhos e gastos, aprender noções básicas de finanças e pesquisar sobre modelos de investimento é mais simples do que parece, aponta a consultora financeira Alana Braga. Só assim a mulher – em qualquer idade, segmento social e profissão – poderá traçar planos concretos a curto, médio e longo prazos, algo essencial para sua vida, independência e segurança financeira.

“Não é um bicho de sete cabeças, todo mundo tem papel e caneta em casa para anotar ganhos e gastos ou usar aplicativos gratuitos para isso no celular. É preciso perder o medo e começar estudando o básico, como ler um livro simples sobre finanças pessoais, acompanhar perfis ou canais no Youtube que falam de finanças de forma rápida e direta. Foi para isso que criei o @poupemosmais no Instagram, perfil com dicas simples, linguagem acessível e, na medida do possível, divertida”, explicou Alana Braga.

Diante das novas ferramentas ofertadas pela tecnologia, é possível até se entreter enquanto aprende sobre organização das finanças pessoais, defende ainda a consultora. Desmistificar a relação com o dinheiro é essencial a todos e uma discussão urgente quando se trata do empoderamento feminino.

Dona de casa e do dinheiro
Um erro muito comum – e perigoso – neste campo é acreditar que apenas a mulher que trabalha fora precisa se preocupar com planejamento financeiro. As mulheres donas de casa precisam participar ativamente das decisões financeiras da família, defende Alana Braga. Ela aponta que muitas esposas sequer sabem o quanto, de fato, ganha o marido.

“Às vezes por não ganhar dinheiro fora de casa, ela se sente menos importante nessa tomada de decisão, porém as escolhas que o marido fizer sozinho vão influenciar diretamente na vida dela e dos filhos. E se ele tomar decisões erradas? E se ela não souber o que ele está fazendo com o dinheiro e mais na frente descobrir que não foi feita uma reserva de emergência, capaz de suprir problemas futuros? É preciso discutir em conjunto, para que tudo que aconteça com o dinheiro da família seja com consciência e participação de todos”, defendeu Alana.

O mesmo vale para as mulheres que trabalham fora e delegam a administração de seu dinheiro ao marido ou outro homem da família. “Há casos em que a mulher ganha duas ou três vezes mais que o companheiro e passa todas as decisões para as mãos dele, até como forma de prestigiá-lo. Ou então para outro homem de confiança na família, alegando que eles é que são bons, que têm cabeça para finanças”, alertou a consultora.

Uma conversa em conjunto sobre as finanças da família pode ter outro efeito positivo e duradouro: o exemplo para os filhos, formando uma geração mais consciente.

“Sejam meninas ou meninos, eles terão como referencial a mãe, uma nova postura de mulher que se coloca em posição de igualdade com o companheiro na decisão sobre o dinheiro da família. Essa referência é muito importante e irá nortear a vida das crianças, com a menina tornando-se uma mulher segura com seu dinheiro e, no caso do menino, que ele seja um homem que possa compartilhar essas informações com a família dele”, afirmou Alana.

Contudo, para todos esses benefícios é preciso um primeiro e decisivo passo: falar sobre dinheiro. E falar hoje.

“Há um medo muito grande sobre o tema, as pessoas sempre deixam isso para amanhã, porque falar sobre finanças é menos empolgante do que ligar a TV e ver um filme. Querendo ou não, você está tocando na ferida ao levantar a questão do dinheiro. Todos nós, seres humanos, temos a tendência de olhar, comprar, querer as coisas, então preferimos falar sobre gastar e não sobre economizar, investir e planejar o futuro com mais tranquilidade. Mas esse futuro irá chegar e nós podemos estar melhor preparados para ele, em especial as mulheres”, arremata Alana Braga.