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Expectativa da Escola é dobrar o número de aprovados em 2016

26 de abril de 2016

maria_helena_intEm entrevista para o Portal CNseg, a diretora de Ensino Técnico da Escola Nacional de Seguro, Maria Helena Monteiro, fala sobre o processo de elaboração do exame da Certificação Profissional da CNseg, idealizado pela CNseg e organizado pela Escola e cujas inscrições vão até a próxima semana, no dia 20 de abril. Confira:

 A Escola já possui uma longa trajetória em prol da qualificação dos profissionais do mercado segurador. O que essa iniciativa da Certificação Profissional CNseg pode trazer de novo para esse processo de qualificação do setor?

Esse processo é extremamente relevante para o mercado de seguros porque procura avaliar de forma muito objetiva o conhecimento, principalmente, das áreas técnicas de seguro. Até então, da parte dos corretores de seguro, havia a percepção da necessidade de maior aprimoramento técnico por parte dos funcionários das seguradoras. Os corretores de seguros são sujeitos a uma habilitação profissional, têm que estudar, fazer prova e passar nos exames, e não existia um processo equivalente para os profissionais de seguradoras. E essa CPC, mesmo no nível 1, é bastante abrangente, com um programa ambicioso.

Alguns países como Estados Unidos, Inglaterra e Índia já possuem programas de certificação profissional em seguros, à semelhança da CPC. Algum destes programas foi particularmente uma grande referência?

Naturalmente, nós estudamos o que havia em outros mercados, mas o nosso programa foi muito dimensionado para o mercado brasileiro, ou seja, o que se precisa conhecer aqui: os tipos de seguro, a legislação, questões sobre controles internos e compliance. As pessoas precisam realmente mergulhar nos assuntos para terem um bom desempenho no exame.

Quais as principais mudanças na CPC para a edição deste ano?

Nós usamos as lições aprendidas, mas o conteúdo programático mudou muito pouco. O que incluímos de importante foi uma linha de corte em relação à legislação, ou seja, só cai o que foi promulgado até 31 de março de 2016. Isso é importante para o candidato poder ter foco, sabendo exatamente o conteúdo da legislação que vai cair na prova. Nós também fizemos uma análise de todas as matérias, observando as questões que mais reprovaram para reforçarmos o curso online nestes pontos, minimizando as lacunas de conhecimento que os candidatos possam ter.

Na edição de 2015, a aprovação ficou na casa dos 20%. Este era o índice esperado? Agora, com o curso fornecido pela Escola, mas com o aumento da nota de corte – de 60% para 70% – qual a estimativa de porcentagem de aprovação para a edição de 2016?

Nós não temos uma estimativa oficial. No ano passado, os candidatos tiveram muito pouco tempo de preparação, além de não haver um curso preparatório. Ainda assim, tivemos 20% de aprovação, o que, nas circunstâncias foi um índice adequado. Neste ano, eu espero pelo menos dobrar esse índice de aprovação. Quem estiver realmente empenhado, tendo esses 90 dias disponíveis para estudar, vai conseguir se preparar bem para a prova.

Fale um pouco mais sobre o curso online.

Para cada disciplina, haverá uma vídeo aula com a condensação de todo o conteúdo, que pode ser assistido no computador, tablete ou celular. Também teremos a tutoria online, em que o aluno pode submeter as dúvidas, que serão respondidas por professores designados para cada matéria. Nós também teremos muitos exercícios simulados. Além disso, também fizemos um gabarito comentado com as 100 perguntas da prova do ano passado, explicando porque a resposta certa é a certa e porque as outras estão erradas. Isso também será um bom guia para o candidato entender como fazemos a avaliação do conhecimento: os tipos de pergunta e os tipos de resposta possíveis. Acreditamos que 40 horas de estudo sejam suficientes para o candidato se preparar estudando todo o programa, já que se assume um bom conhecimento prévio das áreas de seguros.

Caso o candidato opte por não fazer o curso oferecido pela Escola, como ele pode estudar para o exame?

No site da CPC, está listada toda a bibliografia e legislação que será cobrada no exame. No ano passado, como não havia o curso, disponibilizamos para os candidatos um compilado do material didático da Escola com o conteúdo que seria cobrado. Agora, criamos o curso para orientar o candidato a respeito do conteúdo que será objeto do exame. Pela internet, os candidatos poderão baixar toda a legislação exigida, que é um conteúdo pesado, que precisa ser estudado.

Na primeira edição da CPC, no ano passado, a nota de corte era 60%. Neste ano, aumentou para 70% mas, por outro lado, agora há a oferta de um curso. Essa foi a razão para a mudança da nota para a aprovação? A prova deste ano será mais difícil?

Na verdade, a nota sempre foi de 70%, pois a ideia sempre foi selecionar quem realmente conhece o assunto. No ano passado, sendo a primeira edição, com pouco tempo para estudar e com pouco material didático disponível, a CNseg tomou a decisão de baixar a nota de corte para encorajar os profissionais a participarem do processo, e reconhecendo que há um ônus pelo pioneirismo.

Neste ano, a prova não será mais difícil nem mais fácil, continuando com o mesmo parâmetro de 25% de perguntas fáceis, 25% de perguntas difíceis e 50% de perguntas com nível médio de dificuldade. Os professores que elaboram a prova deste ano são os mesmos do ano passado, já familiarizados com o ritmo, a forma de abordagem do conteúdo e tudo mais em relação ao processo de realização da prova. Eu, pessoalmente, fiz a prova e achei que foi muito bem feita, com todos os professores tendo captado bem o que queríamos avaliar.

Mesmo um profissional veterano no mercado precisa estudar para a prova?

Sim. Suponhamos que seja um profissional que sempre trabalhou com saúde suplementar. Ele dificilmente irá conhecer com a mesma profundidade os temas de outras áreas, como resseguro, ramos elementares ou controles internos. Mas claro que fica mais fácil pra quem tem muito tempo de mercado e já está familiarizado com a terminologia do setor, com alguma legislação, não precisando, também, estudar a matéria em que é especialista, podendo dedicar mais tempo para as outras.

E você identifica uma valorização da CPC por parte das empresas do setor?

Eu percebo na Comissão de RH da CNseg, cujas reuniões já participei algumas vezes, que existe um esforço grande por parte desses profissionais de recursos humanos para incentivar os funcionários de suas empresas a participarem e estudarem.

Então eu acho que, com o tempo, à medida que o processo for amadurecendo, essa valorização virá, mas o mercado precisa perceber que é um diferencial para os profissionais. O ideal é que, em algum tempo no futuro, só sejam promovidos os profissionais com Certificação, que também será um diferencial para a empregabilidade. É isso que acontece no mercado financeiro, por exemplo, onde somente profissionais certificados podem atuar como vendedores de fundos de previdência e com planejamento financeiro, por exemplo.

Fonte: CNseg