“Capital externo tem que ser o motor de desenvolvimento brasileiro”, diz o professor da Fundação Dom Cabral, Paulo Vicente
O Brasil precisa de 300 anos para resolver suas lacunas de logística e gestão. É o que acredita o professor da Fundação Dom Cabral, Paulo Vicente, que palestrou, nesta sexta-feira (09/10), no 19º Congresso Brasileiro dos Corretores de Seguros realizado pela Fenacor, em Foz do Iguaçu. Segundo ele, para diminuir este tempo e impulsionar um real desenvolvimento no país, a melhor proposta é abrir o mercado para investimentos externos.
Para Vicente, a proposta esbarra no protecionismo excesivo que faz do Brasil o 3º país mais fechado do mundo perdendo apenas para Argentina e Nigéria. “O Governo tem que se preocupar com segurança pública e educação, que são problemas sociais que não despertam interesse ao capital estrangeiro. Contudo, a energia, infraestrutura e P&D são áreas atraentes e estratégicas que não são totalmente disponibilizadas. Quando este cenário mudar, poderemos crescer de verdade”, comenta Paulo Vicente.
O professor classifica o Brasil, assim como México e Rússia, como um “país neo-feudal”, isto é, uma nação que possui estruturas híbridas entre o feudalismo e o capitalismo. “É internamente muito desigual e ainda relativamente jovem”, explica. Para ele, descentralizar a administração pública, dando maior poder para estados e municípios, deve ser a primeira agenda de reforma nacional para o Brasil contemporâneo.
Vicente conclui que o Brasil, infelizmente, continua sendo o “país do futuro”, com destaque para as possíveis mudanças que devem ser avaliadas e planejadas. Este cenário deve ser observado pelos profissionais do setor de seguros, que é responsável por 4% do PIB Nacional e cresceu 4,6% no primeiro semestre de 2015, comparado a igual período de 2014, com faturamento de 47,5 bilhões de reais.
Sobre o Congresso
O 19º Congresso Brasileiro dos Corretores de Seguros acontecerá até sábado, dia 10 de outubro. Também serão debatidos o futuro do país e os atuais cenários nacional e do setor de seguros, com palestras do secretário executivo do Ministério da Fazenda, Tarcisio Godoy; do economista e âncora do programa Conta Corrente da Globonews, Donny de Nuccio. Para estimular o empreendedorismo, a Fenacor também escalou a empresária Bel Pesce, que foi eleita pela Revista Época, em 2014, a Jovem Empreendedora do Ano e uma das 100 pessoas mais influentes do país.
Fonte: Lupa Comunicação