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Em Alagoas, mercado de seguros fica na contramão da crise e registra alta de 20%

25 de agosto de 2015

Dados são dos cinco primeiros meses de 2015, enquanto outros setores amargam quedas

Crise financeira não afetou o mercado de seguros

Crise financeira não afetou o mercado de seguros

Falta de dinheiro, desemprego, endividamento… A crise financeira que atingiu o Brasil em vários setores como comércio e indústria, que desempregou vários trabalhadores e fez muitos brasileiros apertarem os cintos, não atingiu o mercado de seguros que, pelo contrário, está em crescente ascensão.

Em Alagoas, somente nos cinco primeiros meses de 2015, o mercado registrou uma alta de 20,2%, enquanto que outros setores amargaram constantes quedas. “Com a crise, quem lucra é o mercado de seguros. E vamos continuar crescendo em todos os ramos”, garantiu o presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros de Alagoas (Sincor/AL), Edmilson Ribeiro.

Dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep) apontam que a região Nordeste foi a que registrou o melhor desempenho do país na vendagem de seguros, com um aumento de 27,5% em relação ao mesmo período de 2014. Alagoas ficou a frente de estados como Pernambuco que teve alta de 6,9%; Rio Grande do Norte que registrou 15,5%; e Piauí com 12,4%.

Somente de janeiro a maio deste ano, a venda de seguros no estado de Alagoas cresceu 20,2%, enquanto em todo o ano de 2014 registrou 38,34%. Já os estados do Rio de Janeiro e São Paulo registraram, este ano, 37,18% e 37,36% respectivamente.

Segundo Edmilson Ribeiro, o mercado de seguros vai na contramão da crise, porque quanto maior a dificuldade, mais se precisa de seguro. “O mercado de seguros sai lucrando com a atual situação econômica do país, porque quanto mais difícil, maior é a necessidade das pessoas guardarem seus bens e adquirir um seguro. Imagine em tempos de crise, você perder o seu veículo? Como você vai ficar?”, questionou.

O seguro que mais cresce em Alagoas é o de automóveis. Apesar do freio na venda de carros, esse ramo de seguro não foi atingido. Para o presidente do Sincor/AL, é importante que se venda mais veículos, gere mais empregos, até porque o poder aquisitivo aumenta, mas a crise não atinge o mercado de seguros como atingiu o comércio e a indústria.

Presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros de Alagoas (Sincor/AL), Edmilson Ribeiro | Foto: Sandro Lima

Presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros de Alagoas (Sincor/AL), Edmilson Ribeiro | Foto: Sandro Lima

“A gente fala que o estado de Alagoas é o mercado ‘automoveiro’ porque faz muito seguros de automóveis. O mercado segurador é muito forte e não foi atingido. As vendas diminuem sim, porque quanto menos carros forem vendidos o nosso mercado é atingido, porém, em proporção menor se comparado aos outros. A crise tá ruim, o consumo diminuiu, consequentemente diminui um pouco a venda de seguro”, esclareceu o presidente do Sincor/AL.

O mercado de seguros no estado de Alagoas cresceu mais do que em grandes estados como Rio de Janeiro e São Paulo, a explicação para isso é que o ‘paraíso das águas’ tem uma quantidade pequena de indústrias, sendo carente desse público-alvo que está sendo atingido no mercado com tanto desemprego.

“A indústria está demitindo demais e somos carentes no ramo industrial, então esse público não chega a atingir nosso estado. Alagoas tem uma coisa diferente, tem muito funcionário público, esses continuam nos seus empregos e movimentando a economia”, ressaltou Edmilson Ribeiro, acrescentando que em estados que têm montadoras de veículos, o desemprego foi imenso, e consequentemente sem emprego, a pessoa deixa de consumir, e por isso que esses estados como Rio e São Paulo, não tiveram tanto crescimento no mercado de seguros.

O presidente do Sincor/AL lembrou que, quando a indústria demite, a primeira coisa que se deixa de pagar é o seguro, a escola, o título de capitalização. São os pagamentos que as pessoas deixam de priorizar. “Seria interessante que nosso estado tivesse dez indústrias, mas infelizmente não foi esse público que atingiu o mercado segurador no caso de redução”, contou.

Edmilson Ribeiro é bastante otimista e diz que o Brasil vai sair da crise. “Não é a primeira vez que o país passa por uma situação desta, isso aconteceu há sete anos e o mercado segurador continuou crescendo porque as pessoas não podem viver sem seguro. Imagine um dia sem seguro, as coisas acontecem de uma hora para outra e o seguro é um produto que atrai as pessoas”, enfatizou.

Autônomo teve carro furtado e sentiu no bolso falta de proteção

Franklin Costa é autônomo e sentiu na pele, ou melhor, no bolso, os custos por não ter seu veículo assegurado. Era o ano de 2000, e Franklin tinha comprado seu primeiro carro em poucas parcelas, porém muito caras e não sobrou dinheiro para o seguro. Resultado? Meses depois, o autônomo teve o carro furtado e além de perder o veículo ficou com a dívida do financiamento.

“Quem passa pela primeira situação, coloca o seguro como prioridade, mesmo em tempo de crise. Hoje, se eu não puder pagar um seguro, eu prefiro ficar um tempo sem carro a correr o risco de ter um bem e perdê-lo”, garantiu Franklin Costa, que após o sinistro ficou quase três anos sem veículo.

Após sentir na pele, Franklin Costa garante que prefere ficar um tempo sem veículo a correr risco de perdê-lo | Foto: Sandro Lima

Após sentir na pele, Franklin Costa garante que prefere ficar um tempo sem veículo a correr risco de perdê-lo | Foto: Sandro Lima

Hoje, o carro do autônomo é segurado e ele diz que não é só o risco de roubo, mas situações como colisões, pois, segundo ele, metade da população não tem condições de dirigir. “Em qualquer situação, eu posso acionar o seguro e resolver o problema”, disse.

O autônomo não está só, ele tem um amigo que, recentemente, passou por um problema semelhante: comprou um carro, não adquiriu o seguro e gastou cerca de R$ 6 mil após baterem em seu veículo. “Com o seguro, ele trocava todas as peças, tinha direito a um carro reserva enquanto o seu estivesse no conserto, e pagava apenas a franquia. As pessoas só começam a saber que o seguro é importante, quando realmente necessitam”, lembrou.

Setor cresce enquanto outros sentem peso da instabilidade

Basta uma volta pelo comércio de Maceió, shoppings, postos de combustíveis e até supermercados para rapidamente percebermos que os consumidores deixaram de ir às compras e ‘frearam’ um pouco os gastos.

Quando os números são comparados, percebe-se que a atual situação econômica gera uma diferença grande entre os mercados.

Apesar dos números ainda estarem sendo contabilizados, em um dos maiores shoppings da capital alagoana, o quadro financeiro do país reduziu entre 5% e 10% o número de vendas, e pode chegar até 20% o número de demissões. As informações são do diretor da Associação dos Lojistas do Iguatemi, Alexsandro Santos.

Segundo ele, as contratações temporárias para as festas de fim de ano, que tipicamente acontecem entre os meses de setembro e outubro, vão ficar para dezembro mesmo e em proporções menores. Mesmo diante das quedas, Alexsandro Santos está confiante e contou que a saída para não perder ainda mais com a crise é se reinventar.

“Estamos atuando sob três pilares: estar mais próximo dos fornecedores e compartilhar a dificuldade; fazer uma mídia diferenciada com os clientes, estando também mais próximo deles; e diminuir gastos com pessoal”, ressaltou o diretor, acrescentando que o shopping investe em promoções, feiras de livros, feirões da casa própria, dentre outros, tudo para atrair o consumidor.

COMBUSTÍVEIS

Rede de postos de combustíveis já demitiu 15% dos empregados e amarga queda de 3% nas vendas; comércio e shoppings também sentem peso da dificuldade econômica | Foto: Adailson Calheiros

Rede de postos de combustíveis já demitiu 15% dos empregados e amarga queda de 3% nas vendas; comércio e shoppings também sentem peso da dificuldade econômica | Foto: Adailson Calheiros

O crescente preço da gasolina tem desagradado muitos proprietários de veículos que dependem dos carros para trabalhar, levar e pegar os filhos na escola e, principalmente, perder menos tempo no trânsito que está cada vez mais caótico. Mas com a alta dos preços, os consumidores também estão diminuindo os valores gastos com combustíveis.

De acordo com o empresário Carlos Henrique Toledo, dono de uma rede que conta com cinco postos de combustíveis, os números da crise não estão claros ainda, mas já é possível dizer que as perdas vão de 2% a 3%, podendo chegar a 5% ainda este ano. Os efeitos se refletem, principalmente, no desemprego. Somente este ano, 15% dos seus funcionários foram demitidos.

“O custo para manter um posto de combustível é alto, o gasto de energia é grande e, infelizmente, não dá para manter todos os postos de trabalho. A situação está difícil, as pessoas estão perdendo o emprego e sobrevivendo com os recursos do seguro desemprego e consumindo as reservas, mas estou esperançoso. No entanto, o momento é de muita atenção”, destacou Toledo.

Uma vez que o mercado segurador tem se mantido crescente, os números são positivos também para os trabalhadores e empresas do segmento. Enquanto as lojas e os postos de combustíveis estão demitindo, somente nos seis primeiros meses deste ano, o mercado de seguros ganhou mais 70 novos corretores e 19 companhias. Em 2014, eram 241 corretores e 123 empresas.

Outros ramos também estão em constante crescimento como o seguro saúde, o empresarial e o residencial

Outros ramos também estão em constante crescimento como o seguro saúde, o empresarial e o residencial

Alagoas é recordista em seguro de veículos, mas abre espaço para outros produtos

Apesar do seguro de automóveis ser o recordista no mercado segurador, outros ramos também estão em constante crescimento como o seguro saúde, o empresarial e o residencial. Segundo o presidente do Sincor/AL, Edmilson Ribeiro, atualmente, o estado de Alagoas está com um mix de produtos.

“Antes só vendíamos seguro de automóvel, mas hoje, vendemos outros seguros que, graças a Deus, o estado está colocando dentro do seu portfólio como o seguro de smartphone, seguro fiança, e seguro de responsabilidade civil. Então, graças a Deus, Alagoas está começando a absorver esses produtos e por isso o mercado tende a crescer”, explicou.

Quando se fala em produtos novos, fala-se em mais de 100 tipos de seguros no mercado, cabendo às companhias e os corretores oferecê-los aos segurados, uma vez que muitas pessoas ainda não conhecem todos eles. Mas graças ao trabalho que o Sindicato vem fazendo, junto com as companhias de seguro e à mídia, a população tem se conscientizado da necessidade do seguro em suas vidas.

Mesmo com essa gama de seguros disponível no mercado, Edmilson Ribeiro contou que na hora da crise, não se pode abrir mão de jeito nenhum, é do seguro saúde.

“Hoje, o pior atendimento do Brasil é a saúde pública e tudo é muito caro, por isso não se deve abrir mão do seguro saúde. Os bens a gente trabalha, chora, mas recomeça. Agora saúde, nem pensar”, alertou o presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros de Alagoas, acrescentando ainda que, sem o seguro de automóvel a pessoa pode deixar o carro em casa, reduzir a noitada, ter mais cautela na direção, mas com a saúde não se pode brincar.

SEGURO DE VIDA

O seguro de automóvel é o mais vendido entre os que estão à disposição no mercado segurador, mais até que o de vida.

Para Edmilson Ribeiro, o brasileiro tem a ideia de que “eu faço seguro dos meus bens e o seguro da minha vida eu deixo pra depois” e então ele se preocupa mais com o seu automóvel do que com a sua família, e isso tem que mudar. “Você tem que cuidar da sua família e ampará-la porque caso você falte, quem vai cuidar dela?”, indagou o presidente.

Fonte: Andrezza Tavares / Tribuna Independente