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Crise econômica reduz mercado de aluguel de imóveis no Amazonas

13 de julho de 2015

Foto: Reprodução/Shutterstock

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O aluguel como fonte de renda ou alternativa para sair da crise econômica que assola o Brasil. Segundo especialistas do setor imobiliário, ainda é possível obter lucro em transações imobiliárias, mas não com o mesmo patamar de valorização obtido antes da crise, com a inflação controlada. E, principalmente, diante da alta de 5,59% do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), que reajustou os contratos de aluguel, nos últimos 12 meses. Em maio a variação foi de para 0,41% e em junho subiu para 0,67%. O primeiro semestre acumulou a variação de 4,33%.

De acordo com a diretoria do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Amazonas e Roraima 18ª Região (Creci/AM-RR), Maria Helena Bernardo, a realidade de mercado aponta que o aluguel ainda é um negócio rentável. Entretanto, não é mais tão promissor como antes da crise econômica brasileira. “Há duas opiniões que convergem, a do economista que dá a opinião de acordo com os índices financeiros sugerindo renegociação de valores, e o corretor (de imóveis) com a experiência do mercado, que às vezes, se choca com a opinião do economista”, disse.

Maria Helena analisa o mercado imobiliário atual com a visão do cliente em relação ao que ele pretende com a locação, venda ou compra de imóveis e de como investir para atender as expectativas de cada um, seja o locador ou o locatário. “Um grande investidor que ele pulveriza os seus investimentos, o aluguel vale a pena, e pode negociar com um eventual locatário. Já para um pequeno investidor que pretende pagar as prestações do imóvel com o valor do aluguel, não sei se hoje vale a pena”, explicou.

Segundo a coordenadora da Área de Terceiros da Avelino Imóveis, Sara Carioca Teixeira, em Manaus a procura por aluguel de imóveis se concentra no Vieiralves, conjunto que pertence ao bairro de Nossa Senhora das Graças e no Adrianópolis, bairro vizinho, ambos na zona Centro-Sul de Manaus. “Esses são os mais procurados pela maioria das pessoas que vieram de outros lugares e que já tem um conhecimento da área, que é boa”, informou.

Ainda segundo Sara, a imobiliária possui uma carteira de clientes com imóveis de Classes A a C. Em Manaus, os imóveis localizados no Vieiralves e na Ponta Negra possuem o m² mais caro da cidade, tanto para venda quanto para locação. “Nós não temos um padrão específico. Aqui nós atendemos da Classe A a Classe C”, observou.

Outro detalhe importante na hora da escolha do imóvel é a proximidade com o local de trabalho. “Eles preferem morar perto do trabalho do que sair mais cedo e enfrentar o trânsito da cidade”, completou. Quanto ao perfil do cliente, a maioria são profissionais transferidos de seu domicílio que buscam por uma moradia de alto padrão, patrocinada pela empresa. O valor do aluguel, no Vieiralves e adjacência, varia entre R$ 4 mil a R$ 5 mil com a taxa do condomínio inclusa, para um imóvel de 150 m² a 160 m² com três quartos, sendo um suíte, com varanda gourmet, Classe A.

Próximos ao emprego

Sara além de coordenar a equipe de locação e venda de imóveis (novos e usados) da Avelino, também é corretora de imóveis, portadora do Creci/AM-RR 4149, ela lembra que os clientes que vêm para Manaus para trabalhar no Polo Industrial de Manaus (PIM), também preferem morar próximo do trabalho e optam por locação de casas no bairro Japiim. “Porque é muito complicado a pessoa trabalhar no Distrito Industrial e querer morar no Vieiralves, é bem contramão”, observou.

Quanto a rentabilidade para o investidor, Sara é prudente e disse que hoje em dia alguns imóveis não chegam a dar o mesmo retorno financeiro de antes da crise econômica, ou seja, um imóvel que era alugado por até 1% do seu valor, passou a ter como parâmetro de proposta de valor do aluguel a tendência de mercado. “Hoje ainda é vantagem investir em imóvel para alugar. Porque se for comparar com a poupança ainda é mais vantajoso. Mas alguns imóveis que foram avaliados muito acima de R$ 500 mil, dificilmente vão conseguir um cliente interessado em pagar 1% desse valor, de aluguel”, concluiu.

No entanto, para a aposentada Ana Lúcia Simões, a locação de imóvel deixou de ser rentável diante da inflação e do elevado custo de manutenção e conservação do imóvel. “Rentável não é. Nós ficamos um ano recebendo aquele mesmo valor e ao redor, tudo sobe de preço, inclusive com que se gasta no imóvel”, explicou.

Ana Lúcia garante que não deixou de investir em benfeitorias do seu imóvel. Mas o valor do aluguel fixado em R$ 1 mil/mês não cobre mais as despesas com o plano de saúde de seus pais, hoje estimado em R$ 1,3 mil/mês. “No meu caso, o aluguel não compensa. Vou ter que renegociar o valor do plano de saúde dos meus pais”, lamentou.