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Carro “inteligente” causa mais acidentes

24 de janeiro de 2016

carro-google2 Ao obedecer a lei o tempo todo, sem exceção, o computador ou robô de bordo esbarra no imprevisto provocado por um trânsito caótico

Seguradores e corretores que pretendem acompanhar a evolução dos chamados “carros sem motoristas”, em razão das possíveis implicações futuras no mercado de seguros, devem ficar atentos aos resultados apurados nos recentes testes realizados em ruas com tráfego intenso. Interessante reportagem publicada pelo site http://www.autonews.com mostra que nem todas as expectativas positivas estão se confirmando. Isso porque, os testes indicam um número significativo de casos em que os motoristas “humanos” estão batendo nos “carros sem motorista”, o que, na avaliação de especialistas, é provocado pelo fato de os veículos “autônomos” terem sido programados para trafegar de forma “perigosamente cautelosa”.

De acordo com a reportagem, o carro “inteligente”, que teoricamente deveria levar a um mundo sem acidentes no trânsito, acumula, nos testes, um índice de colisões bem maior que os veículos conduzidos por humanos.

A teoria não funcionou na prática. Pois, ao obedecer a lei o tempo todo, sem exceção, o computador ou robô de bordo esbarra no imprevisto provocado por um trânsito caótico, com rodovias abarrotadas e outros veículos sendo conduzidos bem acima do limite de velocidade.

A reportagem destaca ainda que os acidentes se acumularam e os programadores de grandes grupos que participam dos testes, como Google Inc. e Carnegie Mellon University, já se defrontam com a seguinte questão: e se os carros fossem reprogramados para cometer pequenas infrações de vez em quando e, assim, ficar fora do problema?. “É um debate constante dentro do nosso grupo”, admite o codiretor da General Motors-Carnegie Mellon, Raj Rajkumar.

No ano passado, Rajkumar ofereceu test drives para os membros do Congresso dos EUA em seu laboratório. Tudo funcionou bem, exceto quando teve que pegar a I-395 Sul e balançar em três faixas de tráfego intenso em uma estrada rumo ao Pentágono.

Câmeras do carro e sensores laser, que detectam o tráfego em uma visão de 360 ??graus, não sabiam como confiar que os motoristas humanos fariam as manobras nesse fluxo incessante. Foi preciso, então, que um humano assumisse o controle para completar a manobra. “Nós optamos por ser mais cautelosos. Não queremos entrar em um acidente, porque isso seria notícia de primeira página. As pessoas esperam mais de carros autônomos”, frisou o executivo.

ESTUDO. Para agravar esse cenário, estudo da Universidade do Instituto de Pesquisa de Transportes de Michigan indica que as taxas de acidentes com “carros inteligentes” são duas vezes mais elevadas do que com carros dirigidos por humanos.

Mas, um detalhe da pesquisa chamou a atenção: em geral, a culpa do acidente na quase totalidade dos casos coube ao “humanos” desatentos ou agressivos desacostumados que colidiram por trás nos carros sem motorista, conduzidos estritamente dentro das regras e com cautela. “É um dilema que precisa ser tratado”, adverte Rajkumar.

A reportagem levanta ainda questões éticas enfrentadas pelos criadores de automóveis sem condutor. Por exemplo, o veículo autônomo deve sacrificar seu ocupante por desviar de um penhasco para evitar a morte de um ônibus escolar cheio de crianças?

Não por acaso, o governo da Califórnia já está pedindo cautela na implantação de carros sem motorista. Estão sendo discutidas, inclusive, algumas regras como exigir que um ser humano sempre esteja pronto para assumir o volante. Também se discute se as empresas que criam os carros independentes devem ser obrigadas a apresentar relatórios mensais sobre o seu comportamento.

As propostas desagradaram o alto comando do Google – que desenvolveu um modelo sem volante ou pedal do acelerador – que estaria “seriamente desapontado” com as regras sugeridas, o que poderia definir o padrão para a regulamentação autônoma de automóveis em todo o país.

Veja a matéria completa, em inglês, nesse link: www.autonews.com/article/20151218/OEM11/151219874/humans-are-slamming-into-driverless-cars-and-exposing-a-key-flaw

Fonte: CQCS