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Violência faz Rio ter o seguro de carro mais caro do país

04 de fevereiro de 2017

Por Jornal Extra

Um médico de 65 anos saía, como faz rotineiramente, do Hospital do Fundão e voltava para casa. No retorno, para acessar a Linha Vermelha, uma caminhonete bloqueava a via. O homem parou seu veículo. Da caminhonete, saíram quatro homens armados, renderam o médico, o retiraram de seu carro e o obrigaram a circular por 40 minutos no Complexo da Maré. O dia era 26 de abril do ano passado. O médico nunca mais viu seu veículo, um Fiat Strada.

O caso foi um dos 41.704 roubos de carros registrados em 2016 — o maior número em 25 anos. A cada 13 minutos, um motorista é vitimado no estado. A violência também pesa no bolso da população: a explosão nos números geraram impacto de até 20% o custo dos seguros de carros.

De acordo, com o vice-presidente da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), Luiz Pomarole, nos últimos três anos, após sucessivos aumentos nos índices de criminalidade, o Rio voltou a ter o seguro mais caro do país, ultrapassando São Paulo.

— O problema pulverizou. Niterói, que tinha índices estáveis, hoje apresenta elevação acima da média. A Baixada também. Mesmo regiões como Barra, Ipanema, Copacabana, que a gente tinha os menores índices, começaram a ter elevação acima da média — afirmou Pomarole.

Além de afetar bolso das vítimas, a violência também causa traumas: o médico assaltado na Linha Vermelha nunca mais passou pelo local e quer sair do estado.

— Perdi a fé no Rio. Só não vou embora por questões profissionais — diz o médico.

Mudança de hábitos

O aumento do índice de roubos de veículos está levando motoristas a mudarem os seus hábitos para fugir da violência. Depois que teve um carro roubado em 2010, na descida de um viaduto em Bangu, Ruone Pereira, de 24 anos, motorista do Uber e morador do bairro, alterou sua rotina:

— Na ocasião estava no carro com minha mãe, que ficou nervosa e foi agredida pelos bandidos. Depois que comprei outro carro, tomei a precaução de fazer seguro. O outro não tinha. Além disso, evito rodar a noite.

Júlio André dos Santos, de 30, também evita circular à noite. Para chegar a casa, em Nova Iguaçu, prefere a Avenida Brasil:

— A Linha Vermelha tem um histórico de arrastões.