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Preço do seguro de veículos começa a cair em São Paulo

14 de julho de 2015

Foto: Celso Luiz

Foto: Celso Luiz

O preço médio do seguro para automóveis no Grande ABC apresentou a primeira queda desde que entrou em vigor, em julho de 2014, a lei estadual que regulamenta o funcionamento de desmanches de veículos. A legislação visa disciplinar o comércio de peças usadas e, consequentemente, coibir roubos e furtos. A redução ainda é inexpressiva, de 1,85%, mas interrompe sequência de altas observada desde o início do ano passado.

Levantamento feito pelo corretor Arnaldo Odlevati Júnior, da Odlevati Corretora de Seguros, de Santo André, mostra que o valor da tarifa vinha em sequência de evolução a partir de fevereiro de 2014. Um ano depois, o aumento foi de 22,35%, enquanto a inflação oficial do País, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) variou 8,44%. Entre fevereiro e abril deste ano, o crescimento foi de 9,04%. De lá para cá, enquanto a inflação (até junho) foi de 2,25%, a apólice ficou 1,85% mais barata.

Os orçamentos foram feitos na seguradora que tem o maior número de clientes no Grande ABC. A simulação foi montada com base no perfil de uma mulher casada, 37 anos, proprietária de um Renault Sandero 1.0 flex 2010 utilizado duas ou mais vezes na semana para o deslocamento entre casa e trabalho. No Grande ABC, a média cobrada é de R$ 3.061,85, a mais cara entre as quatro regiões pesquisadas: São Paulo (Zona Norte): R$ 3.055,32; Santos: R$ 2.962,11; e São Paulo (Zona Sul): R$ 2.866,50 (veja tabela com os valores nesta página).

Odlevati Júnior, que é ex-diretor regional do Sincor-SP (Sindicato dos Corretores de Seguro de São Paulo) avalia que a redução no preço da apólice é reflexo da mudança na legislação paulista sobre desmanches. Em maio, entrou em vigor lei semelhante com abrangência nacional. “As companhias demoram para começar a enxergar os resultados. Não é imediato.”

Ele acrescenta que, além da queda na criminalidade, também houve redução na quantidade de acidentes. “O seguro é como um mutualismo. A companhia arrecada um valor de cada cliente de acordo com sua forma de uso, perfil, tipo do veículo, entre outras variáveis. Se, por algum motivo, as indenizações aumentam, o preço também sobe.”

Na opinião do corretor, a redução nos preços também pode estar atrelada à alta na taxa básica de juros (Selic), hoje em 13,75% ao ano. Em fevereiro de 2014, estava em 10,75%. “As seguradoras têm capital no mercado financeiro. Com juros altos, a rentabilidade é maior e, portanto, pode flexibilizar os preços.
Roubos e furtos

Desde que entrou em vigor a lei estadual que regulamenta o funcionamento dos desmanches em São Paulo, o número de roubos e furtos de veículos teve queda de aproximadamente 30% no Grande ABC, segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública).

Em maio, foram registrados 875 roubos na região, 31,53% a menos do que no mesmo período do ano passado. Os furtos tiveram queda de 27,15%, chegando a 719. Os dados do primeiro semestre ainda não foram fechados. Desde julho de 2014, 12 estabelecimentos irregulares foram lacrados.

Dono de um desmanche em São Bernardo, Amaury Lisboa, 50 anos, avalia que a lei é positiva para os comerciantes que trabalham dentro das normas. “Fica mais fácil para o cliente ver quem é honesto e, assim, passam a comprar mais.”

Fonte: Fábio Munhoz / Diário do Grande ABC