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Dores nas pernas e na coluna podem ser sinais de hérnia de disco

28 de agosto de 2018

Tudo começou com reclamações de dores frequentes na coluna e nas pernas. Dores, aparentemente, comuns, daquelas que todo mundo, vez ou outra, sente. A pedagoga Elizia Graziele Oliveira Everton tinha somente 26 anos de idade quando, por causa dessas dores, buscou ajuda médica. Depois de vários exames, o diagnóstico foi certeiro: Elizia tinha hérnia de disco.

Apesar de ser um problema comum, muita gente ainda desconhece o que causa e como se pode tratar a hérnia na coluna. O ortopedista Fernando Arturo, do Hapvida Saúde, explica que a hérnia de disco, também chamada de hérnia discal, é um problema causado pelo desgaste do material contido no interior do disco intervertebral para a área externa. “Esse escape provoca a compressão da medula espinhal ou da raiz nervosa e resulta em um processo inflamatório na região afetada, o que causa muita dor”, esclarece o médico.

Hérnia em jovens

Esse desgaste do disco intervertebral é natural e ocorre à medida que o processo de envelhecimento do organismo avança. Mas o que tem chamado a atenção é a quantidade de pessoas jovens, ou no auge da fase adulta, que precisam conviver com a hérnia de disco. Recentemente, a cantora pop brasileira Anitta revelou ao mundo que também foi afetada pela hérnia de disco.

A artista usou as redes sociais para dividir com os fãs e seguidores a notícia de que vai evitar movimentos mais bruscos no palco, dentre eles, o chamado “quadradinho”, em que Anitta rebola como se desenhasse um quadrado. Pra isso, ela acaba forçando a lombar e o tratamento da hérnia acaba prejudicado. “A minha fisioterapeuta falou que vai ser bom esse período sem o quadradinho para me recuperar porque ela faz o trabalho dela e aí, nos shows, eu faço o “quadradinho” e ela fala que vê o trabalho indo pelo esgoto”, contou a artista.

O diagnóstico da hérnia de disco foi recebido por Elizia quando, a exemplo da cantora Anitta, ela também estava no início da vida adulta. “Conviver com a hérnia de disco não é fácil, especialmente no período de gravidez e de pós-parto, pois o corpo passa por uma série de transformações e nem sempre o uso de medicamentos é possível”, relata a pedagoga, que é mãe de duas crianças, Luiz Felipe, de 3 anos, e Alice, de 5 meses.

Hoje, aos 35 anos, Elizia ainda sofre com dores na coluna e na perna, que fica constantemente dormente. “O meu tratamento é especialmente por meio de fortalecimento muscular e também faço uso de alguns medicamentos que ajudam a hidratar o disco. É um tratamento de longo prazo em que você tem que adotar a atividade física como um estilo de vida, o que nem sempre é fácil de conseguir encaixar na rotina. É uma luta diária contra dor, especialmente agora que tenho uma bebê de 5 meses e fico bastante tempo com ela no colo”, desabafa Elizia.

Causas

Que o envelhecimento do corpo leva, naturalmente, ao desgaste do disco intervertebral grande parte das pessoas já sabe. Mas existem outros fatores que podem antecipar o surgimento da hérnia, como revela o ortopedista Fernando Arturo: “Movimentação repetitiva, sedentarismo, sobrecarga por excesso de peso e excesso de atividade física de alto impacto são algumas das causas mais comuns dessa hérnia precoce”, atesta.

Esses fatores fazem com que o disco desidrate, perca o material gelatinoso do interior e acaba tendo a altura diminuída. “A capa de fibra que envolve o disco fica mais rígida e menos resistente, apresentando pontos de fraqueza. Quando uma dessas regiões se torna incapaz de conter a pressão do disco, a parede se rompe e ocorre um escape do material, o que causa compressão do nervo vizinho e provoca dor, que pode irradiar para as pernas ou braços, dependendo do tipo de hérnia”, ressalta o especialista.

Tipos de hérnia de disco

Apesar de se configurar como um escape do material gelatinoso, a hérnia de disco pode se apresentar de formas diferentes. São elas:

1)  Hérnia de Disco Protrusa – Mais comum hérnia de disco. Apesar do núcleo do disco ainda não ter sido afetado, a sua forma já deixa de ser oval.
2)  Hérnia de Disco Extrusa – A parede do disco fica fissurada, permitindo o escape do material interno.
3)  Hérnia de Disco Sequestrada – Forma mais grave, quando a parede do disco se rompe, o que provoca compressão extrema da raiz nervosa.

Tratamentos

Existem vários procedimentos minimamente invasivos conhecidos como “procedimentos intradiscais”. “Esses procedimentos são realizados pelo médico especialista em coluna. Ele introduz uma câmera guiada por Raio-X em tempo real. A ideia é avaliar precisamente o estado em que se encontra a hérnia de disco e recomendar o procedimento mais adequado para cada caso”, explica Fernando Arturo. Normalmente, para fazer essa análise, o especialista leva em conta o tipo de hérnia, a localização e as condições físicas do paciente.

Em tempo: a hérnia de disco afeta 2 milhões de pessoas todos os anos, segundo estimativa da OMS – Organização Mundial de Saúde. Porém apenas 5% dos casos têm indicação cirúrgica. “São casos graves, que não responderam bem aos tratamentos e, por isso, precisam de intervenção cirúrgica. Nesses casos, a cirurgia endoscópica é uma opção não invasiva, que apresenta ótimos resultados”, enfatiza o médico.

A atividade física também é uma excelente aliada, porque é capaz de reforçar a musculatura e a estrutura óssea dos pacientes. “Essa atividade precisa ser orientada e acompanhada por um profissional da Educação Física”. Somente ele pode direcionar as atividades sem comprometer ou causar mais prejuízos à saúde do paciente. Tudo deve ser feito em concordância com o médico responsável por casa caso”, alerta José Alípio, coordenador do curso de Educação Física da Faculdade Estácio São Luís.