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Distonia, doença neurológica que atinge 65 mil brasileiros

17 de novembro de 2021

Neurocirurgião Thiago Fortes fala sobre distonia, doença neurológica que atinge 65 mil brasileiros

Mais de 65 mil brasileiros são acometidos pela distonia, uma doença neurológica que provoca movimentos involuntários em parte do corpo. Esta é a terceira desordem do movimento mais comum, ficando atrás apenas da Doença de Parkinson e dos tremores essenciais.

O neurocirurgião, Thiago Fortes, que faz parte do corpo médico da neurointensiva – UTI neurológica do Hospital Memorial Arthur Ramos – explica que existe uma dificuldade no diagnóstico já que em 2/3 dos casos não é possível identificar nenhum fator desencadeante ou causa. “O maestro João Carlos Martins é um dos portadores desta patologia, e no seu relato, ele conta que aos 13 anos apresentou os primeiros sintomas e ao procurar um diagnóstico para o que sentia, ainda jovem, não encontrou muita informação. Somente aos 18 anos de idade, conseguiu ser diagnosticado com distonia focal”, pontuou.

Thiago conta que a distonia costuma acometer qualquer área do corpo, como mãos, pernas, olhos, cordas vocais e em casos mais raros pode progredir até o indivíduo ficar completamente imobilizado. “Ela surge devido a um problema cerebral, no sistema nervoso, responsável por controlar o movimento muscular. Pode ser genético ou decorrente de uma doença ou lesão, como por exemplo, AVC, doenças de Parkinson, pancada na cabeça ou encefalite”, disse.

O médico pontua a distonia não tem cura, mas os espasmos musculares podem ser controlados com o tratamento feito com injeções de toxina botulínica, conhecida como botox, medicamentos, fisioterapia ou cirurgia. “O principal objetivo do tratamento é controlar as contrações musculares involuntárias e, consequentemente, melhorar a aparência e a qualidade de vida da pessoa”, informou.

O tratamento cirúrgico para distonia pode ser uma opção para indivíduos cujos sintomas não respondem a medicamentos orais ou injeções de toxina botulínica. Segundo, o neurocirurgião ele pode ser feito através de duas técnicas: estimulação cerebral profunda e desnervação periférica seletiva. “A cirurgia visa interromper a comunicação defeituosa entre o cérebro e os músculos que estão causando os movimentos involuntários. Ela trata os sintomas e melhora a função, mas não cura totalmente a doença”, falou.

Thiago Fortes ressalta que como toda intervenção cirúrgica, ela também pode apresentar riscos, por isso, o sucesso de qualquer procedimento está vinculado ao diagnóstico adequado, na experiência da equipe clínica e na habilidade do neurocirurgião.