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Depressão e falta de suporte na adolescência levam jovens ao suicídio

10 de setembro de 2018

Dados da OMS apontam o Brasil em 11º lugar no ranking mundial de países com maior número de casos

 

Ao contrário do que muitos podem pensar, a depressão juvenil não é um problema da adolescência. Ele começa a se instalar num momento delicado e crucial da vida de todas as pessoas: a infância. Segundo a psicóloga do Hapvida Saúde, Joelina Abreu, é na formação da personalidade que a família mais precisa oferecer suporte e harmonia à formação do indivíduo, dentro de casa.

“Até os 7 anos de idade, em média, nós formamos o que chamamos de personalidade. Nessa fase, a família precisa oferecer um cenário de conforto emocional e de equilíbrio racional para a criança. Assim, ela vai crescer sabendo lidar com emoções, principalmente, com as frustrações”, revela a especialista.

Essa harmonia proporcionada na infância não tem relação com o tipo de família, pondera a psicóloga. “Não importa se os pais são casados ou separados, se é uma família hetero ou homoafetiva, se a criança é criada pelos pais ou pelos avós. Essas questões são extraordinárias, oriundas de padrões de vida que variam de acordo com os valores que cada um carrega. Mas em todos esses lares, o amor, o acolhimento e a compressão devem ter sempre o maior peso”, orienta Joelina Abreu.

É claro que, mesmo com todo esse suporte, algumas famílias experimentaram o sabor amargo da perda precoce de um parente que se suicidou. Não se pode negar que fatores externos, como um stress em uma situação de perigo, ou de ameaça, coloquem o adolescente em conflito interno.

“Todos nós fomos adolescentes e passamos por momentos de querer desaparecer do mapa, porque é natural você se sentir estranho nessa fase da vida, em que não se é adulto e não se é mais criança, mas o pensamento suicida real é potencializado em mentes vulneráveis, justamente as que não foram incentivadas a buscar o lado positivo de tudo, desde a infância”, diz a especialista de psicologia.

 

Prevenção

Dados da OMS – Organização Mundial da Saúde – mostram que o Brasil aparece em 11º lugar no ranking de países com maior número absoluto de casos de suicídio. A cada 45 minutos, um brasileiro tira a própria vida: são 25 brasileiros que se suicidam por dia no país.

O dado é mais preocupante quando se identifica que o suicídio é a 2ª maior causa de morte entre os jovens de 15 a 29 anos, de acordo com a ONG Centro de Valorização da Vida, uma das principais que monitora e estuda os casos no Brasil.

Recentemente, surgiu no WhatsApp o “Jogo da Momo”, semelhante ao jogo da “Baleia Azul”, que fez diversas vítimas no ano passado. Esse novo jogo, que faz uso de um perfil com uma imagem de uma escultura japonesa, a “Boneca Momo”, se aproxima das vítimas após o roubo de dados pessoais e propõe desafios que podem até levar à morte. A partir disso, escolas e órgãos de segurança têm alertado os pais a estreitarem vínculos com seus filhos para que evitem esse envolvimento.

A indução ao suicídio é um crime previsto no artigo 122 do Código penal Brasileiro e é classificado como um crime contra a vida, que consiste em provocar, incitar ou estimular alguém a suicidar ou prestar-lhe auxílio para que o faça.

Indução de suicídio com resultado de morte, a pena é de 2 a 6 anos de detenção. Se o resultado for apenas lesão corporal, a pena varia de 1 a 3 anos de prisão.

 

Fonte: Assessoria