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Crise econômica afetará ramo Auto em 2016

17 de fevereiro de 2016

 De cada 100 veículos novos, 85 são segurados. Se as vendas de novos recuam, a de seguros também

transitoO mercado de seguros para automóveis tende a ser afetado pelo agravamento da crise econômica em 2016. A expectativa é que as receitas do setor sejam impactadas pela forte queda de venda de veículos novos e pela baixa do valor de mercado dos usados.

“É muito difícil que o mercado de seguros de veículos cresça 5% neste ano”, disse ao DCI, o gerente de relações com investidores da Porto Seguro, Ricardo Fuzaro, após reunião com investidores e a Associação dos Analistas e Profissionais de Investimentos do Mercado de Capitais (Apimec), realizada ontem.

Embora a Federação Nacional de Distribuidores de Veículos (Fenabrave) tenha estimado uma queda de 5,2% na venda de automóveis para 2,3 milhões de unidades esse ano, no mercado já se especula uma queda maior na venda de novos de até 20%.

De cada 100 veículos novos, 85 são segurados. Se as vendas de novos recuam, a de seguros também. “Se tudo der errado, não vejo o mercado de seguros de autos crescendo 3%”, considerou Fiuza.

Esse cenário realista pode ser contextualizado pela expectativa de agentes e analistas do mercado financeiro de uma queda de 3,33% do produto interno bruto (PIB) divulgada ontem pela Pesquisa Focus do Banco Central (BC). Em janeiro último, as vendas de veículos novos caíram 38,81% para apenas 155,3 mil.

Além do efeito da crise econômica sobre a contratação de seguros de novos, outro fator é a baixa do valor de mercado dos veículos usados, com impacto direto no valor das apólices de seguros. “O prêmio médio (receita média) caiu. E a nossa frota segurada envelheceu um ano e meio. As pessoas estão comprando carros usados e mais completos, isso também tem impacto no valor dos prêmios e na sinistralidade”, observa o executivo.

Os últimos dados da Porto Seguro mostram que a frota segurada pela companhia evoluiu 4,15% no ano passado para 5,235 milhões de unidades, ante 5,026 milhões em 2014, quando somadas as três marcas Porto Seguro Auto, Azul Seguros, e Itaú Auto.

Em prêmios auferidos, enquanto a estimativa do mercado aponta um crescimento de 3% no ano passado, o consolidado de seguro auto da Porto Seguro mostrou uma evolução de 5,6% para uma receita total de R$ 9,118 bilhões em 2015.

“Temos espaço para crescer em outras regiões geográficas como Nordeste (18% de participação), Centro-Oeste (19%) e Sul (14%). Estamos concentrados em São Paulo (40% de participação) e no Rio de Janeiro (18%). A Região Sudeste responde por 74% dos nossos negócios”, relatou Fuzaro.

Na distribuição por marca, a companhia mostrou maior crescimento no segmento de tickets menores. O prêmio ganho evoluiu 19,7% com a marca Azul, ante 8,3% de crescimento no prêmio ganho com a marca premium Porto Seguro, de ticket médio maior.

Se por um ângulo, o crescimento da frota segurada foi menor, por outro lado, a Porto Seguro mostrou redução da sinistralidade. “A frequência de roubos e furtos está caindo. Desde 2002 a sinistralidade caiu nove pontos percentuais”, exemplificou. Nesse período mais longo, ele atribuiu a queda da sinistralidade ao cumprimento da lei dos desmanches e ao aumento da fiscalização no comércio de peças usadas.

No ano passado, a taxa de sinistralidade total na Porto Seguro recuou para 53,6%, ante 55,5% em 2014. “A gente está sendo beneficiado pela redução da velocidade na cidade de São Paulo para 50 km por hora”, disse Fuzaro indicando que houve um menor número de colisões em virtude das medidas tomadas pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) na capital paulistana.

Questionado por analistas sobre o advento de carros automáticos como o do Google, o executivo de RI ressaltou que o mercado de seguros de autos irá passar transformações tecnológicas nos próximos 10 anos. Na prática, a companhia já trabalha nos últimos anos em reduzir a dependência do segmento de veículos, que responde por 69,2% dos prêmios.

Diversidade de receitas

Sobre os caminhos que a Porto Seguro pretende trilhar nos próximos anos, o executivo de RI disse aos analistas e investidores que a companhia irá buscar o desenvolvimento de outras áreas de atuação.

Esse movimento está em curso. No ano passado, as receitas com seguros patrimoniais, de pessoas, de transportes, e do seguro odontológico tiveram crescimento superior a dois dígitos. Em seguro patrimonial, o avanço dos prêmios aferidos foi de 15,4% para o montante de R$ 1,257 bilhão.

Em seguros de pessoas, evolução de 10,7% para R$ 553,1 milhões, e no seguro odontológico salto de 38,6% para o montante de R$ 80,1 milhões.

Fonte: DCI