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Cinco considerações para fazer antes de comprar um carro conectado

13 de julho de 2015

Mais-investimentos-para-carros-conectados-na-Europa1Há uma grande chance de que seu próximo carro seja um modelo conectado, com sistemas inteligentes online e outros serviços e aplicações. Para colocar em perspectiva, até 2017, cada novo automóvel vendido na Europa exigirá um cartão SIM e um sistema que apresente ligação a serviços de emergência.

“Até 2018, a maioria dos veículos virão com aplicativos integrados já de fábrica”, afirmou Anthony Cox, analista da Juniper Research. Até 2024, a Analysys Mason espera que 89% dos carros estejam conectados ao saírem da fábrica.

Enquanto não consigo imaginar porque alguém iria querer comprar um veículo apenas para se atualizar com o feed de notícias do Facebook ou mesmo realizar compras online enquanto dirige, muitas pessoas podem valorizar certas conveniências, como navegação preditiva para te levar de um ponto A a B sem você ter de quebrar muito a cabeça.

Em todo caso, é louvável que muitos desses novos veículos permitirão cortes na emissão de carbono e outros poluentes, reduções que são significativas para combater os impactos ambientais e mudanças climáticas. Para se ter uma ideia, 1 bilhão de carros usados hoje em dia lançam seis toneladas de CO2 na atmosfera a cada ano. Sim, estamos sufocando nosso planeta.

Mas claro, para cada conveniência, há consequências. Separamos 5 razões para você refletir antes de pensar em adquirir um carro inteligente.

1. Carros hackeados

Cada veículo conectado contará com um cartão SIM para deixá-lo online. À primeira vista, essas questões podem parecer exclusivamente benéficas, certo? Um carro inteligente poderá notificar serviços de emergência em caso de acidente e ainda coletar serviços disponíveis na nuvem e apresentá-los no seu painel.

Entretanto, onde há conectividade há também vulnerabilidade. E isso deve ser protegido. Cerca de 90 mil veículos roubados ou invadidos em 2013 foram hackeados. A medida que carros se tornam mais conectados, eles também se tornarão um novo paraíso para hackers.

Pesquisadores da DARPA (Defense Advanced Research Projects Agency) já mostraram como eles podem tomar o controle de carros, forçando eles a pararem ou acelerarem, por exemplo. Apenas por que tais situações ainda não aconteceram, isso não significa que elas não podem acontecer. E toda a preocupação deve tomar seu lugar na proteção necessária para evitar tais vulnerabilidades.

A questão é que, infelizmente, a maioria dos fabricantes de dispositivos em Internet das Coisas continuam a insistir em exigir fracas senhas, como combinações de números somente. Motoristas devem se preparar para um novo cenário de riscos em troca de alguma conveniência.

2. Provocadores da manutenção

Sensores em carros conectados permitirão que você saiba quando alguma falha está em sua iminência antes que ela se torne um problema real, por exemplo. Em alguns casos, esses carros poderão até mesmo agendar “sozinhos” serviços de reparos ou serem capazes de oferecer uma informação precisa sobre como o reparo pode ser revolvido da melhor forma.

Mas há uma consequência para tamanha conveniência, claro. A medida que peças automotivas se tornam mais “inteligentes”, elas também serão mais caras, da mesma forma a conta na oficina mecânica.

Resumo da história: você até poderá saber que seu carro não está muito bem, mas é possível que você não tenha dinheiro para consertá-lo.

3. O pesado braço da justiça

A medida que a tecnologia evolui, há uma grande chance de que o seu carro seja facilmente monitorado e com isso multas de velocidade, por exemplo, poderão chegar com mais frequência na sua casa. Ele, inclusive, poderá parar de funcionar se acreditar que você não está fazendo o seu serviço – o de dirigi-lo – direito.

Bem, mas quem vai estabelecer os parâmetros para isso? Chegará o momento também onde deverá se regularizar o cenário para que não haja abusos por parte da fiscalização de trânsito.

Aí você pode me dizer ‘deixe de ser paranoico, cara’. Mas na verdade não se trata de paranóia ou coisa do tipo. Você não deve ter ouvido o discurso do VP da Ford, Jim Farley, no ano passado. “Nós conhecemos todos aqueles que infringem a lei. Nós sabemos quando você o está fazendo. Nós temos um GPS no seu carro, então conseguimos saber o que você faz”. A Ford até tentou abafar a história na ocasião, mas por que isso foi dito?

Quais sistemas permitirão que montadoras de carros conectados protejam a privacidade de seus clientes se a lei demandar acesso a tais arquivos? Quem mais terá acesso a essas informações e como elas poderão ser usadas?

4. Seguro contra espionagem?

Cinco milhões de pessoas no mundo pagam suas apólices de seguro do tipo “pague enquanto você dirige”. O modelo é especialmente popular entre motoristas mais jovens, caso contrário seriam cobrados por seguros mais altos. Nesse novo cenário onde carros são conectados, prepare-se para seguradoras oferecerem políticas similares relacionadas ainda ao seu conhecimento granular de seus hábitos de direção.

Enquanto isso pode se tratar de uma boa notícia para você pagar por seguros mais justos, você acredita que seguradoras ficarão facilmente felizes em perder dinheiro com seguros sem nenhuma luta? Não, é claro.

Pois sim, é melhor se preparar para que o seguro do seu veículo aumente significativamente.

5. Os dados que você acabará “vendendo” com o seu veículo

“Adeus, amado carro”, o motorista pensa enquanto vê seu antigo carro com um novo dono ir embora. Isso foi há duas semanas antes de ele perceber que o novo dono conseguiu, de alguma forma, usar informações obtidas no sistema do carro para invadir a sua conta bancária e levar todo o dinheiro disponível.

Hiperbólico? Sim, possivelmente. Mas pense em todos os passos que você deu quando vendeu o seu telefone ou mesmo um computador. Você nunca pode negligenciar um sistema, com logins, contas, contatos e outras informações ali armazenadas.

Nós sabemos que temos de tomar todas essas precauções, mas a maioria de nós falha quando vamos colocar isso em prática. Para carros inteligentes que vão se conectar com uma ampla gama de aplicativos usando logins únicos, há um motivo bom para perder alguma tranquilidade.

Pense, carros conectados carregarão todas as suas senhas, contas e ironicamente, um dia, a coisa mais valiosa sobre o seu carro inteligente pode ser o acesso a todos os seus dados pessoais: contas no banco, senhas corporativas, endereços e por aí vai.

Carros inteligentes devem oferecer uma forma fácil e prática de deletar todas essas informações, inclusive, de forma remota.

Fonte: Jonny Evansis /Computerworld