Francisco Galiza, consultor de economia do Sincor-SP (JCS)

A indústria automobilística tem uma importância muito grande para o País e, ainda mais particularmente, para o setor de seguros e seus corretores. A trajetória dos últimos anos mostra a dificuldade desse segmento. Em 2014, teremos uma produção fechando em 3,1 milhões de unidades, contra 3,7 milhões em 2013. Para 2015, esperamos ainda mais quedas.

Podemos dizer que o seguro desse bem tem duas grandes oportunidades e dois grandes desafios no mercado brasileiro.

Em termos de oportunidades, começamos com o crescimento da frota segurada. No Brasil, há, aproximadamente, 80 milhões de veículos em circulação, com quase 20% deles com seguro. Esse percentual não é uniforme e diversas características fazem diferença.

Por exemplo, o percentual de carros novos com seguro é muito maior. Com o advento mais intenso do seguro popular, alguns levantamentos mostram que esse valor pode chegar a 30%.

Outra oportunidade relevante é que, quando comparado a outros países, ainda há uma predominância do seguro de casco, em detrimento ao seguro de responsabilidade civil (RC). Quando comparamos com os EUA, a proporção de receita de seguro de casco no Brasil é 14% do mesmo valor naquele país, baixando para 6% quando comparamos os faturamentos dos seguros de RC.

Já em termos de desafios, um primeiro aspecto é a mudança tecnológica. Nessa linha, um dos pontos fortes mais estudados é o advento do carro sem motorista, cenário já esperado para os próximos 10 a 15 anos. Quando isso ocorrer, o seguro desse bem deverá se retrair.

Outro ponto se refere aos problemas urbanos, pois a vida das grandes cidades tende a dificultar a presença do veículo individual, tanto por problemas de mobilidade urbana, como de poluição. Na verdade, isso já vem ocorrendo em algumas cidades no País e deve aumentar no médio e longo prazo.

Fonte: Artigo de Francisco Galiza, consultor de economia do Sincor-SP (JCS)