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Armando Vergílio fala sobre seguro popular

12 de janeiro de 2016

Presidente da Fenacor, Armando Vírgilio

Presidente da Fenacor, Armando Vírgilio

Todo proprietário de veículo com mais de cinco anos de fabricação sonha com o seguro de auto popular. E foi com muita expectativa que a Fenacor e os motoristas receberam a notícia de que a Superintendência de Seguros Privados (Susep) abriu consulta pública sobre o assunto. A ideia é utilizar peças usadas no conserto de carros segurados nesta nova opção de apólice.

Os seguros de automóveis correspondem a 50% de todo o faturamento do setor. E este novo produto atingiria mais de 50 milhões de automóveis no Brasil que hoje trafegam pelas ruas e estradas desprotegidos, colocando em risco seus proprietários e terceiros. Haveria um efeito em cadeia com queda dos preços: quanto mais gente fazendo seguros, mais baratas tendem a ser suas apólices que podem ter redução de até 30%.

São muitas as vantagens, que vão além do fator econômico. Uma delas é o incentivo à Lei do Desmonte que propõe a regulamentação dos desmanches de peças ilegais, os ferros-velhos, fiscalizando um comércio que segue livre alimentando roubos justamente para quem tem um veículo mais antigo, sem seguro, e que tem necessidade de peças de reposição.

No Brasil, a lei está em vigor desde maio de 2015, mas apenas São Paulo cumpre. Por lá, os índices já despencaram na ordem de 30%. Nos outros locais, os crimes continuam. E nunca é demais citar o exemplo de nossa vizinha Argentina, com decréscimo de 50% nos roubos após a implementação de uma lei similar.

Milhares de acidentes acontecem pelo uso de peças inadequadas em veículos que foram restaurados de forma ilegal. Com a Lei do Desmonte e a autorização do seguro popular, a venda de peças usadas será controlada, incluindo selo de garantia do Inmetro. Além disso, apenas oficinas legalizadas pelos Detrans poderão comercializá-las.

E o meio ambiente agradece o reaproveitamento de peças, que deixam de parar em lixões e terrenos baldios. Além disso, a lei estabelece um destino controlado para os resíduos fluídos. Cada oficina de desmanche terá a exigência de pisos especiais. Hoje, nos desmanches clandestinos, estes materiais são jogados fora de qualquer forma, contaminando rios e solo.

Em tempos de crise e queda de vendas de veículos zero, buscar novas possibilidades é questão de sobrevivência, geração de renda e empregos. São novas apólices, mas também oficinas de desmontagem inscritas na Secretaria de Fazenda. Além da geração de impostos, ao tornarem-se legais os desmontes terão que contratar funcionários com direitos trabalhistas garantidos.

O mercado de seguros e demais interessados no seguro de auto popular esperam ansiosos o resultado da consulta pública da Susep. O Governo e a sociedade só têm a ganhar com esta resolução. Vamos torcer para que esta seja uma boa notícia, já no início de 2016.

Armando Vergílio é presidente da Fenacor (Federação Nacional dos Corretores de Seguros Privados e de Resseguros, de Capitalização, de Previdência Privada, das Empresas Corretoras de Seguros e de Resseguros)