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Combate à violência contra a mulher é destaque na Arena do Empoderamento feminino

25 de agosto de 2022

Palestras impulsionam mulheres a encerrar o ciclo de abusos e seguem até quinta feira (25)

Em alusão ao Agosto Lilás, mês de prevenção e enfrentamento à violência doméstica, o Gabinete de Políticas Públicas, em parceria com o Tribunal de Justiça de Alagoas, realizou uma série de palestras voltadas para o combate à violência contra a mulher, nesta terça-feira (24).

A arena do empoderamento feminino contou com a presença de psicólogas, advogadas, juízas e mulheres que já passaram por essas agressões e hoje contam histórias de superação. A programação acontece em frente ao cinema do Maceió Shopping e segue até quinta-feira (25), de 12h até 19h.

Palestrando sobre o programa Salve Mulher e todos os serviços que a Prefeitura de Maceió oferta para a proteção delas, a coordenadorado Gabinete da Mulher, Ana Paula Mendes, fala que a intenção da equipe é garantir que a mulher encerre esse ciclo.

“A violência precisa ser combatida e denunciada, porque o silêncio fortalece o agressor. A prefeitura está com uma série de políticas públicas para esse enfrentamento. O prefeito JHC assinou um decreto em janeiro garantindo que as mulheres vítimas de violência doméstica tivessem preferência na entrega dos conjuntos habitacionais”, destacou uma das políticas adotadas.

Ana Paula ainda complementa que Maceió tem o maior programa de capacitação de mulheres e inserção no mercado de trabalho, em que 600 já estão matriculadas e realizando cursos relacionados a tecnologia, administração, empreendedorismo, costura, manicure, confeiteira, entre outros.

No início da tarde, Erika Lima, coordenadora da Casa da Mulher Alagoana, falou sobre o funcionamento da instituição e como as mulheres podem fazer para pedir ajuda e sair do ciclo da violência. Ela conta que a Casa, que conta com parceria do Município, fica localizada na Praça Sinimbu, no Centro de Maceió, e funciona todos os dias, das 7h30 às 19h.

“A Casa da Mulher foi pensada para facilitar a busca das mulheres por ajuda, nós temos psicólogas e assistentes sociais que atendem a necessidade de cada uma, além de oferecer abrigo enquanto a medida protetiva é solicitada em até 48h”. Com apenas um ano de inauguração, mais de três mil atendimentos já foram realizados.

RELATOS

Etienne dos Santos, de 44 anos, já sofreu agressão física e psicológica pelo ex-marido e agora conta como é viver em liberdade. “Fui casada há 9 anos e sofri agressão quatro vezes, só ouvia coisas negativas no meu lar, acreditei que não poderia trabalhar mais e não tinha autoestima, além de ter que interromper minha faculdade porque ele tinha quebrado meu notebook. Hoje estou vivendo outra vida, me sinto capacitada para chegar ainda mais alto e a mentalidade agora é outra, estou mais empoderada e esse ano termino minha graduação de gestão hospitalar”.

A juíza Luana Cavalcante reforça que a ideia é trazer todas as entidades que participam da rede de proteção para tirar a mulher da situação e violência e abuso. “Com a Lei 11.340, que conhecemos como a Maria da Penha, ela pode pedir as medidas protetivas de urgência, como o afastamento do agressor, pensão alimentícia dos filhos, proibição de contato e outras solicitações. As penas variam de acordo com os casos, pode chegar até 30 anos em caso de feminicídio”

“Rompi o ciclo da violência” foi o tema da palestra de Larissa Azevedo, psicóloga, Mikaelle Melo, assistente social, e Paula Lopes, advogada. Elas abordaram sobre a importância do encerramento desse momento de maior silenciamento da mulher, junto com uma desabafo de uma convidada que também foi humilhada pelo marido e entrou em depressão, mas hoje encontra na fé razão para continuar a vida de um jeito leve.

SERVIÇOS

Durante a programação, a prefeitura disponibilizou a equipe do consultório na rua para aferir a pressão e a glicemia. Para denunciar qualquer tipo de agressão, basta ligar para o número 190 e pedir apoio da polícia para que seja feita a prisão em flagrante. Para receber orientações, o número 180 também está disponível.

TIPOS DE VIOLÊNCIA

Física – Empurrar, chutar, amarrar, bater;

Psicológica – Humilhar, insultar, isolar, perseguir, ameaçar;

Moral – Caluniar, injuriar, difamar;

Patrimonial – Não deixar trabalhar, reter dinheiro, destruir objetos ou ocultar bens;

Sexual – Estuprar (forçar o sexo sem consentimento)

DADOS

De acordo com os dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em Maceió, no ano de 2021, foram requeridas pela polícia judiciária 620 medidas protetivas de urgência. No primeiro semestre de 2022, já são 607 medidas protocoladas.

No Brasil, 2.695 mulheres foram mortas, em 2021, pela condição de serem mulheres. 81,7% dos casos foi o companheiro ou ex-companheiro e 65,6% do total de crimes foram realizados nas residências, local onde há mais vítimas de feminicídio.

Por dia, 180 mulheres são vítimas de estupro, uma a cada 11 minutos. Durante o pico da pandemia, ocorreu um feminicídio a cada sete horas no Brasil. Além disso, o país está na quinta posição em homicídio de mulheres.

ATENDIMENTO NAS DELEGACIAS

Delegacia de Defesa da Mulher 1: Rua Boa Vista 443 Centro (Telefone:. 3315-4976)

Delegacia de Defesa da Mulher 2: Avenida Presidente Roosevelt s/ n° Jacintinho (Telefone: 3315-4327)

Central de flagrante 1 (24 horas): Av. Fernandes Lima, Pinheiro (Telefone: 3315-1970)

Patrulha Maria da Penha: número 190

Disque Denúncia de Violência Contra a Mulher número 180

Rede de Atenção às Vítimas de Violência Sexual – RAVVS / Hospital da Mulher

(24 horas): Telefone: 3131-1350/1357

Casa da Mulher Alagoana: Praça Sinimbu, Centro. Telefone: (82) 2126-9650

Gabinete de Políticas Públicas para Mulheres, Prefeitura de Maceió, Jaraguá.

Telefone: (82) 98746-9717