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Clubes de Seguros: a descontração que também fala sério

29 de outubro de 2018

Nascidos há mais de 70 anos como “Clube da Bolinha”, as confrarias de corretores ganham força e se espalham pelo país

Repórter Alexandre Lino

Ailton Júnior, presidente

Em um ambiente competitivo e com tantos detalhes – que vão da precificação dos produtos aos marcos regulatórios, passando também pela relação com clientes e o acompanhamento das novidades tecnológicas, entre outros muitos pontos -, o mercado dos seguros precisava ter um espaço que servisse para debate, formação e, principalmente, de muita descontração, para que corretores, seguradoras e parceiros compartilhassem de momentos de lazer juntos: temos, portanto, os “clubes dos seguros” também conhecidos como “clubes das bolinhas”, que se espalham por todo o país.

 

Em Alagoas, o Clube do Seguro conta com a participação de cerca de 50 pessoas. Fundado em 2012, está sob o comando do presidente Ailton Júnior, e ainda é muitíssimo novo em relação a outros similares que já passaram de meio século de existência, como é o caso do “Clube da Bolinha” de São Paulo, que fez 70 anos. O clube alagoano segue a mesma dinâmica dos demais, pois é uma entidade sem fins lucrativos ou políticos, que surgiu devido à necessidade de haver um espaço onde o mercado pudesse discutir os cenários do mercado de seguros. Difere do paulista e de outros por ter um CNPJ e na forma de ingresso, que não é feita por bolinhas.

Os associados então se reúnem periodicamente para esclarecer dúvidas sobre o mercado, para atualização com palestras de renomados profissionais do setor, para jantares ou comemorações festivas, além de um constante estímulo dos princípios éticos, elevando cada vez mais o profissionalismo entre os corretores de seguros que atuam no mercado alagoano. “O nosso clube é uma confraria criada por variados membros do mercado segurador para trocarmos ideias, estreitarmos o networking e termos também um momento de descontração e lazer”, explicou.

Nely Moura, ex-presidente

Não existe um número exato de entidades existentes no país, como explica o presidente Ailton Júnior, já que muitos deles funcionam como confrarias, inclusive na mesma região. Os clubes remontam tempos onde o mercado queria um ambiente fora das companhias e dos órgãos de classe, com a proposta de trocar ideias numa reunião agradável e capaz de permitir que todos se encontrassem e se manifestassem durante um encontro mensal congregando amigos. Em Alagoas, o clube não deixa passar em branco datas especiais e sempre que pode reúne a turma com feijoadas, jantares, aniversários e até mesmo um réveillon, como já era feito desde a gestão da ex-presidente Nely Moura.

CLUBE DA BOLINHA NASCEU MISTERIOSO

Quase uma sociedade secreta. Era assim que funcionavam os primeiros clubes da bolinha quando de sua fundação. Confrarias que reuniam corretores que se conheciam no mercado e que queriam um espaço só seu, longe dos escritórios. Levam esse nome devido ao ritual de ingresso, onde após um convite o novo confrade, membro, integrante ou simplesmente bolinha era alvo de uma votação sigilosa dada através de bolinhas: brancas – à favor; pretas – contrárias ao ingresso. Tamanha rigidez, por exemplo, fez com que as mulheres só passassem a ser aceitas a partir dos anos 2000.

São Paulo, Rio de Janeiro, Minas, Pernambuco… eles se espalharam. O clube conta com entidades fortes e representativas em todas regiões, marcadas muitas vezes por homenagens aos que muito fizeram pelo mercado segurador lá no passado. “Os clubes intensificam o trabalho pela união dos profissionais e representatividade das entidades no mercado, bem como junto às companhias seguradoras. Buscamos o lazer da categoria, mas queremos também melhorias nas relações entre todos os parceiros. Essas são as nossas principais características”, afirmou o presidente.

Ganharam mais força nos anos 1970, quando em São Paulo e no Rio de Janeiro, em um período de regime militar, precisaram representar a categoria após a intervenção até mesmo nos sindicatos patronais – os clubes existiam e se multiplicaram para que os corretores tivessem uma certa autonomia frente aos desejos do governo. De lá pra cá os tempos mudaram e os clubes passaram a ter uma outra cara, menos formal e misteriosa, mas mantendo o mesmo ambiente de descontração com união, como pregava Dimas de Camargo Maia, reitor e fundador do primeiro Clube do Bolinha no país.